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Bolsonaro ataca Moraes após ser indiciado pela PF: 'Conduz todo inquérito'

do UOL

DO UOL, em São Paulo

21/11/2024 16h28

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes, ao comentar o fato de ter sido indiciado pela Polícia Federal no inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

O que aconteceu

Bolsonaro afirmou que Moraes "faz tudo o que não diz a lei". "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", disse o ex-presidente em entrevista ao colunista Paulo Capelli, do Metrópoles.

O ex-presidente disse ainda que vai esperar o inteiro teor do relatório da PF. "Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", destacou Bolsonaro.

Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela PF por suspeita de envolvimento nos atos golpistas. Além dele, figuras como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, estão entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.


O relatório da investigação, com 884 páginas, foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na Corte, o documento vai para as mãos do ministro Alexandre de Moraes. Com o indiciamento, a PF apontou quais crimes os investigados teriam praticado a partir do conjunto de elementos reunidos ao longo da investigação.

Pela primeira vez, um ex-presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país. A reportagem tenta contato com a defesa de Bolsonaro, Braga Netto e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

As investigações apontaram que os indiciados se estruturaram por divisão de tarefas. Isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos", segundo a PF.

Entre os grupos, estão os de desinformação e ataques ao sistema eleitoral e outro responsável por "incitar militares a aderirem golpe de Estado". Há também o núcleo jurídico, o operacional de apoio às ações golpistas, núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.

Veja a lista dos indiciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da silva, coronel
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem, ex-diretor-geral da Abin
  4. Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro
  5. Amauri Feres Saad, advogado e suposto autor da minuta golpista
  6. Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro
  7. Anderson Lima De Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro-chefe do GSI
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  15. Fabrício Moreira De Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques De Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente
  22. José Eduardo De Oliveira E Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet, agente da PF
  25. Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro
  26. Mario Fernandes, general da reserva
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
  31. Rafael Martins De Oliveira
  32. Ronald Ferreira De Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

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