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Putin faz alerta aos EUA com novos termos para ataques nucleares

Em outubro, Rússia afirmou ter realizado novos exercícios militares nucleares, sob a supervisão do presidente Vladimir Putin - Reprodução/Telegram/Ministério da Defesa da Federação Russa
Em outubro, Rússia afirmou ter realizado novos exercícios militares nucleares, sob a supervisão do presidente Vladimir Putin Imagem: Reprodução/Telegram/Ministério da Defesa da Federação Russa

19/11/2024 08h23Atualizada em 19/11/2024 12h30

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, emitiu um alerta aos Estados Unidos nesta terça-feira (19), alterando as condições para um ataque nuclear, apenas alguns dias depois que o governo do presidente Joe Biden permitiu que a Ucrânia dispare mísseis norte-americanos de forma profunda no território russo.

A doutrina atualizada, formalmente conhecida como "Os fundamentos da política de Estado no campo da dissuasão nuclear", descreve as ameaças que fariam com que a Rússia, a maior potência nuclear do mundo, contemplasse o uso de tais armas.

A Rússia considerará um ataque nuclear se ela, ou seu aliado Belarus, enfrente uma agressão "com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial", diz a nova doutrina.

A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.

Outras alterações incluem considerar qualquer ataque convencional à Rússia por uma potência não nuclear apoiada por uma potência nuclear como um ataque conjunto. Qualquer ataque com aeronaves, mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas que cruze as fronteiras da Rússia também poderia desencadear uma resposta nuclear.

"A agressão contra a Federação Russa e (ou) seus aliados por parte de qualquer Estado não nuclear com a participação ou apoio de um Estado nuclear é considerada um ataque conjunto", diz a doutrina.

"A agressão de qualquer Estado de uma coalizão militar (bloco, união) contra a Federação Russa e (ou) seus aliados é considerada como agressão pela coalizão (bloco, união) como um todo."

O Kremlin disse que a Rússia considera as armas nucleares como um meio de dissuasão e que o objetivo do texto atualizado é deixar absolutamente claro para os inimigos em potencial a inevitabilidade da retaliação caso eles ataquem a Rússia.

Juntos, a Rússia e os EUA controlam 88% das ogivas nucleares do mundo. Putin é o principal tomador de decisões da Rússia sobre o uso do arsenal nuclear do país.

Semanas antes da eleição presidencial dos EUA no início deste mês, Putin já havia ordenado mudanças na doutrina nuclear.

Essas mudanças foram agora formalmente aprovadas por ele. Na época, analistas disseram que a mudança na doutrina era uma tentativa de Putin de traçar uma linha vermelha para o Ocidente.

A guerra na Ucrânia, que entrou em seu milésimo dia nesta terça-feira, desencadeou o mais grave confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962 - considerada o mais próximo que as duas superpotências da Guerra Fria chegaram de uma guerra nuclear intencional.

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