Topo
Notícias

Onde estavam Moraes, Lula e Alckmin no dia do plano de execução de ministro

O presidente Lula (PT) ao lado do ministro do STF Alexandre de Moraes - Ricardo Stuckert/Divulgação
O presidente Lula (PT) ao lado do ministro do STF Alexandre de Moraes Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação
do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/11/2024 17h16

A investigação da Polícia Federal apontou que os militares das Forças Especiais do Exército chegaram a colocar em prática um dos planos para executar o ministro do STF Alexandre de Moraes, mas o cancelaram de última hora. A tentativa ocorreu no dia 15 de dezembro de 2022, data que se revelou crítica nos planos golpistas.

O que aconteceu em 15 de dezembro de 2022

Moraes participou no STF de uma votação sobre o orçamento secreto. O julgamento foi suspenso quando o placar estava em 5 a 4 para derrubar o mecanismo que garantiu sustentação ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso ao usar as emendas de relator como moeda de troca para negociação política. Moraes já havia votado, e os militares suspeitos monitoravam o julgamento por reportagens na imprensa.

Naquele dia, os militares investigados abortaram de última hora o plano de assassinar Moraes. De acordo com a PF, eles utilizaram técnicas avançadas do treinamento militar, posicionando agentes perto do STF e da casa do ministro, mas cancelaram a ação porque o julgamento da Corte terminou mais cedo que o previsto.

15.dez.2022 - Sessão do STF julga o orçamento secreto - Carlos Alves Moura/Divulgação - Carlos Alves Moura/Divulgação
Moraes na sessão de 15 de dezembro de 2022, no plenário do STF
Imagem: Carlos Alves Moura/Divulgação

Na mesma data, o ministro autorizou uma megaoperação em oito estados contra atos antidemocráticos. Moraes emitiu mandados de prisão e de busca e apreensão, quebra de sigilos bancários, bloqueio de perfis nas redes sociais, dentre outras ações. Na época, bolsonaristas que não aceitavam o resultado das eleições protestavam em frente a quartéis pedindo intervenção militar. Os protestos culminaram, mais tarde, nos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023.

O então presidente eleito Lula (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), também estavam na mira do grupo suspeito em 15 de dezembro. Os militares discutiram envenenar ou usar químicos para matar Lula na data, de acordo com a PF. "Para execução do presidente Lula, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico", diz a investigação.

Lula estava em São Paulo na data. Primeiro, ele participou do evento Natal dos catadores, no centro da capital paulista. Depois, seguiu para um churrasco no Instituto Lula, na zona sul da cidade.

15.dez.2022 - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva participa do Natal dos Catadores, organizado pela Associação Nacional dos Catadores, na região central de São Paulo - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo
15.dez.2022 - Lula no evento Natal dos Catadores, organizado pela Associação Nacional dos Catadores, em São Paulo
Imagem: André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

Alckmin estava em Brasília. No evento Pacto pela Aprendizagem, o vice eleito discursou, defendendo a aprovação da PEC da Transição, que estava sendo discutida pelo Congresso na época. A PEC foi promulgada poucos dias depois.

Operação da PF

A Polícia Federal prendeu quatro militares das Forças Especiais e um policial federal. Eles são suspeitos de elaborar um plano para executar Lula, Alckmin e Moraes após as eleições de 2022.

Os supostos golpistas cogitaram usar veneno e explosivos, segundo a PF. O documento apreendido com o general Mario Fernandes falava em "danos colaterais passiveis e aceitáveis", que incluíam a morte de toda a equipe de segurança do ministro do STF.

Um dos agentes presos fez a segurança de Lula após ele ser eleito e antes da posse, em 2022. O policial federal Wladimir Matos Soares passava informações sobre a rotina do petista a pessoas próximas ao ex-presidente Bolsonaro, de acordo com a investigação.

Notícias