Golpe da fumaça: motoristas são enganados no posto com falsos defeitos
Frentistas de um posto de combustíveis em Campo Grande, no Rio de Janeiro, foram flagrados simulando defeitos em veículos e vendendo aditivos com embalagens vazias. Batizado de 'golpe da fumaça', ele foi exposto após um cliente atento gravar a ação fraudulenta e compartilhar nas redes sociais.
A investigação revelou que os frentistas jogavam água no motor para criar fumaça e, em seguida, convenciam os proprietários dos veículos de que havia um problema sério que necessitava de aditivos caros. Os produtos supostamente aplicados eram, na verdade, embalagens vazias, levando os clientes a acreditar que o serviço havia sido realizado.
A polícia agiu rapidamente, recolhendo evidências e indiciando os envolvidos por estelionato. A 35ª DP de Campo Grande conduziu as investigações, que agora buscam identificar outras possíveis vítimas desse esquema fraudulento.
Golpes em postos de combustíveis não são novidade. Simulando problemas em carros durante o abastecimento em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, frentistas foram denunciados cobrando pela venda de produtos não solicitados aos clientes. Os alvos preferidos dos golpistas eram idosos, mulheres e pessoas com carros novos. Um cliente foi cobrado em R$ 629 por uma suposta limpeza de bicos de combustíveis, após pedir para abastecer com R$ 100 de gasolina.
Em São Paulo, foram descobertas fraudes envolvendo o uso de tecnologias para enganar os consumidores, como bombas com controle remoto que alteravam a quantidade de combustível fornecida.
Como se proteger
Segundo o Procon-SP, para evitar ser vítima deste tipo de golpes, é importante que o consumidor adote algumas medidas de precaução, como verificar a reputação do posto, acompanhar o abastecimento junto ao frentista e exigir nota fiscal pelos serviços realizados.
O Sindicato dos Frentistas do Rio de Janeiro (Simpospetro-RJ), ao ser questionado sobre a prática, informou que repudia qualquer tipo de conduta irregular por parte de seus associados e ressaltou a importância de que os consumidores denunciem qualquer tipo de irregularidade. O sindicato também destacou a "necessidade de que os postos de combustíveis invistam em treinamento e capacitação de seus funcionários, a fim de evitar que casos como esse se repitam".
Segundo a entidade, "é uma prática criminosa que prejudica os consumidores e a imagem do setor. É fundamental que os consumidores estejam atentos e denunciem qualquer tipo de irregularidade, além de exigir mais fiscalização por parte dos órgãos competentes".
A Academia de Ensino Brasil Postos, especializada em capacitar profissionais do setor de combustíveis, reforça que a maioria dos frentistas é altamente qualificada e comprometida com a excelência no atendimento.
Renato da Silveira, diretor-comercial da entidade, diz que "a profissão de frentista e trocador de óleo tem ganhado cada vez mais valor, exigindo treinamento constante em segurança, manutenção automotiva e atendimento ao cliente. É fundamental ressaltar que o caso isolado ocorrido em Campo Grande não representa a realidade do setor".
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informa que tem intensificado as fiscalizações para combater essas práticas ilegais. "A ANP realiza inspeções detalhadas e regulares nos postos de todo o país. Essas fiscalizações são essenciais para prevenir danos aos veículos dos consumidores e garantir a segurança nas estradas. Em casos de violação das normas, a ANP aplica sanções punitivas severas, que incluem a interdição e a instauração de processos legais contra os infratores".
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