As declarações dos ministros do STF Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso sobre a investigação da Polícia Federal que prendeu militares suspeitos de planejarem matar autoridades demonstram, na avaliação do colunista Tales Faria, que Jair Bolsonaro (PL) "está condenado" — apesar de ainda não haver um indiciamento da Polícia Federal ou denúncia formal da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente em relação aos atos do 8 de janeiro e a tentativa de golpe.
Tales afirmou durante o UOL News desta terça-feira (19) que as falas de Gilmar e Barroso já indicam como a corte vê a situação: uma tentativa de golpe de Estado articulado dentro do governo Bolsonaro.
Barroso disse ser necessário aguardar as evoluções das investigações e ressaltou que o golpismo "nada tem a ver com ideologia ou opções políticas". Já Gilmar Mendes afirmou que o plano foi de "execução", e não mera cogitação.
Eu nunca vi um ministro do Supremo falando sobre um caso que certamente vai ser julgado na Corte de forma tão peremptória, mostrando que já era. [Gilmar Mendes] disse que 'de modo que não se pode banalizar, não se trata de mera cogitação, estamos num plano de preparação e execução do golpe'. Quer dizer, é a condenação. Bolsonaro está condenado. O ministro presidente do Supremo vem e fala o que Barroso falou; depois vem o Gilmar, o ministro mais antigo da Corte, e diz a mesma coisa. Está condenado.
O que ele tem que fazer é catar os cacos. Nesse caso, o PL corre sério risco. Se ocorreram de fato reuniões sobre golpe na sede alugada pelo PL para a campanha, isso será altamente perigoso para a existência do partido. Se for provado que o partido acabou dando aqueles R$ 100 mil que o Braga Netto sugeriu ao Mauro Cid que pedisse ao PL, o PL — que já tomou uma multa de R$ 20 e tantos milhões — [...] agora corre sério risco.
Os militares todos em volta [de Bolsonaro] no Planalto estão sob suspeição séria. O partido que o abrigou está sob suspeição. Está todo mundo correndo risco.
Tales Faria
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