Rússia atinge rede elétrica da Ucrânia em novo ataque aéreo
KIEV (Reuters) - A Rússia lançou neste domingo (17) o maior ataque aéreo contra a Ucrânia em quase três meses, com 120 mísseis e 90 drones, matando pelo menos sete pessoas e causando danos severos ao sistema de energia, segundo autoridades.
Os ucranianos estavam há semanas se preparando para um novo ataque russo contra um sistema de energia já debilitado, temendo longos apagões durante o inverno e aumentando a pressão psicológica, quase mil dias depois da Rússia começar sua invasão em grande escala.
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Os ataques, que causaram vários cortes de energia, ocorrem em um momento em que a iminente presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, que prometeu acabar com a guerra sem dizer como, tem aumentado a perspectiva de que haja um impulso para as negociações.
Era possível ouvir as defesas aéreas combatendo drones sobre a capital Kiev durante a noite e uma série de explosões poderosas ecoou pelo centro da cidade durante o ataque com mísseis. Os moradores se amontoaram nas estações de metrô, enrolados em casacos de inverno.
"Danos severos ao sistema de energia da Ucrânia, inclusive às usinas elétricas da DTEK. Esses ataques destacam a necessidade da Ucrânia por sistemas adicionais de defesa aérea dos nossos aliados", disse Maxim Timchenko, CEO da maior empresa privada de energia da Ucrânia.
Era difícil avaliar a extensão dos danos. Após repetidos ataques russos à rede elétrica, as autoridades revelam poucas informações detalhadas sobre o resultado dos ataques e o estado da rede.
Autoridades confirmaram danos à "infraestrutura crítica" ou cortes de energia em regiões de Volyn, Rivne e Lviv, no oeste, a Dnipropetrovsk e Zaporizhzhia, no sudeste.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que havia lançado um enorme ataque contra instalações de energia que abastecem o complexo militar-industrial da Ucrânia.
"O alvo do inimigo era nossa infraestrutura de energia pela Ucrânia", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
(Reportagem de Pavel Polityuk, Tom Balmforth, Valentyn Ogirenko em Kiev; reportagem adicional de Barbara Erling)