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Ex de homem que atacou STF ateia fogo na casa onde moravam, em SC

Thaís Augusto e Patrícia Calderon
do UOL

Do UOL, em São Paulo, e Colaboração para o UOL

17/11/2024 09h48Atualizada em 17/11/2024 12h42

Ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, 59, autor das explosões em Brasília na última quarta-feira (13), teria ateado fogo em si mesma e na casa onde os dois moraram em Rio do Sul (SC).

O que aconteceu

Daiane Dias teve queimaduras de 1º, 2º e 3º graus pelo corpo, segundo Corpo de Bombeiros. Militares foram acionados por volta das 7h para a ocorrência na casa de 50 metros quadrados na rua Barão do Rio Branco, no bairro Budag.

Nome dela não foi divulgado pela polícia. Segundo os bombeiros, a mulher foi retirada da residência por pessoas que passavam no local, mas "foi atendida, estabilizada e conduzida ao pronto-socorro" do hospital regional.

Familiares do homem, conhecido também como 'Tiu França', afirmaram que a ex-esposa dele, ouvida pela Polícia Federal após o atentado na semana passada, foi a responsável pelo incêndio. No lugar, também funcionava o chaveiro aberto pelo homem em 2019.

A Polícia Civil ainda investiga a autoria e as responsabilidades do incêndio. A Polícia Científica também esteve no local para coletar elementos de prova.

Irmão de Francisco fala em tentativa de 'virar a página'. Rogério Luiz evitou comentar a situação, mas disse que família "está tentando virar a página desta tragédia". "Agora esse episódio envolvendo a ex mulher... não tenho nenhum contato com ela, então não posso falar muita coisa. Tudo o que ela disse sobre meu irmão, e saiu na imprensa, é muita especulação", afirmou.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram as chamas consumindo a casa de madeira. Imagens enviadas pelo Corpo de Bombeiros mostram que a residência foi muito afetada pelo fogo.

O UOL procurou a Polícia Federal e a Polícia Militar. Esta nota será atualizada tão logo haja resposta.

Francisco Wanderley Luiz, que morreu ao explodir uma bomba no STF, em foto de 2013 - Álvaro Azevedo Diaz - Álvaro Azevedo Diaz
Francisco Wanderley Luiz, que morreu ao explodir uma bomba no STF, em foto de 2013
Imagem: Álvaro Azevedo Diaz

A investigação sobre o caso

PF investiga se foi terrorismo. De acordo com o diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, o caso será apurado como ato terrorista e ataque ao Estado Democrático de Direito. A PF vê sinais de "planejamento de longo prazo" e possíveis "conexões" com o 8 de janeiro.

Ex-mulher diz que alvo era Moraes. A agentes da PF em Santa Catarina, a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz disse que o principal alvo era o ministro do STF. "Ele falou que mataria ele e se mataria", disse.

Material de campanha de Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiu França do Facebook; ele é o dono de carro que explodiu na Praça dos Três Poderes  - Reprodução/Tiü França no Facebook - Reprodução/Tiü França no Facebook
Material de campanha de Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiu França do Facebook; ele é o dono de carro que explodiu na Praça dos Três Poderes
Imagem: Reprodução/Tiü França no Facebook

Amigos dizem que ele se radicalizou. Pessoas ouvidas pelo UOL contaram que Luiz, que era filiado ao PL, mudou de comportamento e aparentava "sérios problemas mentais" depois de um divórcio.

Autor de explosões atuava como chaveiro. A empresa de Luiz, a MP Mercado Popular, foi aberta em outubro de 2019. Tem como principal atuação o comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários usados, conforme o sistema Redesim, que reúne dados da Receita Federal. Porém, como atividades secundárias, constavam os serviços de chaveiro, bar, discoteca e comércio de peças e acessórios novos para veículos.

Divorciado e pai de dois filhos. Relatos de amigos demonstram que ele viveu uma espécie de metamorfose. O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), também de Rio do Sul, disse que Luiz aparentava "sérios problemas mentais" depois de um divórcio.

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