Líbano estuda plano dos EUA para cessar-fogo entre Israel e Hezbollah
O Líbano está avaliando uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na guerra aberta que começou há quase dois meses entre Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah, disseram nesta sexta-feira (15) à AFP dois altos funcionários do governo em Beirute.
Um deles informou que a embaixadora dos EUA em Beirute, Lisa Johnson, apresentou um plano de treze pontos ao primeiro-ministro Najib Mikati e ao presidente do Parlamento, Nabih Berri.
O plano prevê "um cessar-fogo de 60 dias", durante o qual tropas libanesas seriam mobilizadas na fronteira entre os dois países, acrescentou o funcionário, que preferiu não ser identificado.
Israel ainda não deu uma resposta, detalhou.
Outra fonte do governo libanês, que também falou sob anonimato, confirmou que a proposta está sendo analisada.
A iniciativa é resultado de conversas entre Nabih Berri e o enviado americano Amos Hochstein, que chegaram a "um acordo para uma folha de rota rumo a um cessar-fogo e à implementação da resolução 1701", afirmou.
Essa resolução, que pôs fim à guerra anterior entre Israel e o Hezbollah em 2006, determina que apenas o exército libanês e as forças de paz da ONU (a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, Finul) podem ser mobilizadas na fronteira sul do Líbano, adjacente ao norte de Israel.
Durante anos, a resolução permitiu manter uma relativa calma na região, apesar de confrontos esporádicos.
Essa situação mudou com o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Desde então, o Hezbollah passou a realizar disparos de artilharia quase diários em solidariedade ao movimento islamista palestino, obrigando a evacuação de dezenas de milhares de habitantes do norte de Israel.
Israel, que vinha respondendo a esses disparos, lançou em 23 de setembro uma ampla campanha de bombardeios contra posições do Hezbollah e, uma semana depois, intensificou sua ofensiva com operações terrestres no Líbano.
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