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Filho de autor de atentado está em Brasília para liberação do corpo do pai

Corpo de Wanderley Luiz na Praça dos Três Poderes, em Brasília - Gabriela Biló/Folhapress
Corpo de Wanderley Luiz na Praça dos Três Poderes, em Brasília Imagem: Gabriela Biló/Folhapress
do UOL

Patrícia Calderón

Colaboração para o UOL

15/11/2024 18h18

O filho de Francisco Wanderley Luiz, 59, autor das explosões em Brasília na última quarta-feira (13), já está em Brasília e aguarda trâmites legais para levar o corpo do pai para Rio do Sul (SC).

O que aconteceu

Rogério Luiz, um dos sete irmãos de Wanderley Luiz, confirmou que o sobrinho está em Brasília. "Meu irmão ainda se despediu do filho. Inegável que ele premeditou, tinha um plano, ele mandou algumas mensagens pro meu sobrinho e disse que voltaria de Brasília ainda essa semana", disse ao UOL. "Tem minha sobrinha, a outra filha dele, que mora na Tailândia. Ela é missionária, casada com um pastor. Por conta da distância, não chegará a tempo para o enterro do pai."

Exames periciais foram concluídos. O UOL apurou que o corpo já foi liberado pelo Instituto Nacional de Criminalística do Distrito Federal. O laudo criminal e a declaração de óbito devem ser liberados para os familiares na próxima segunda (18).

Ferimentos compatíveis com a explosão. Fontes do Instituto Nacional de Criminalística da PF confirmaram a informação da conclusão da perícia e que as lesões se concentram na porção posterior do crânio e na mão direita. Os ferimentos são compatíveis com a explosão e apontam para uma situação não acidental — ou seja, foram provocados pelo próprio autor do atentado.

Enterro será ao lado do pai. Familiares e amigos confirmaram que um voo de Brasília para Curitiba ou Navegantes (cidades próximas a Rio do Sul) será fretado para transportar o corpo de Wanderley Luiz. Do destino final, o corpo segue para Rio do Sul, a 200 km de Florianópolis, em um carro de funerária. O autor dos atentados na praça dos Três Poderes será enterrado no mesmo jazigo do pai.

A investigação sobre o caso

PF investiga se foi terrorismo. De acordo com o diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, o caso será apurado como ato terrorista e ataque ao Estado Democrático de Direito. A PF vê sinais de "planejamento de longo prazo" e possíveis "conexões" com o 8 de janeiro.

Ex-mulher diz que alvo era Moraes. A agentes da PF em Santa Catarina, a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz disse que o principal alvo era o ministro do STF. "Ele falou que mataria ele e se mataria", disse.

Amigos dizem que ele se radicalizou. Pessoas ouvidas pelo UOL contaram que Luiz, que era filiado ao PL, mudou de comportamento e aparentava "sérios problemas mentais" depois de um divórcio.

Atentado deve complicar ideia de anistia. Após o caso, aliados de Lula intensificaram criticas ao projeto de lei que beneficia envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Já correligionários de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que o episódio "enterra" o projeto. A proposta é de autoria do deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e foi protocolada em novembro de 2023.

STF e deputados do governo veem ligação com 8 de janeiro x oposição diz que foi "lobo solitário". Ministros da corte e aliados de Lula afirmam que o ataque pode ter conexão com o 8 de janeiro e o discurso de ódio propagado pelos apoiadores do ato. Já a oposição e bolsonaristas afirmam que o ataque foi um "fato isolado".

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