Vínculo de autor de ataque "frustrado" em Brasília a partido de Bolsonaro é destaque na imprensa francesa
Sites de jornais, tvs e rádios da França repercutem nesta quinta-feira (14) as explosões na praça dos Três Poderes em Brasília, na noite de quarta-feira (13). A imprensa francesa destaca que o autor do ataque era um antigo candidato a vereador pelo PL, legenda de Jair Bolsonaro.
O site do jornal L'Humanité publica que Francisco Wanderley Luiz concorreu em 2020 em eleições locais, "sob as cores do partido do presidente de extrema direita, então no poder".
A matéria também destaca a reação de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, na rede social X, que protesta contra a associação do autor do ataque a Bolsonaro. "Tem malucos em todos os lugares, em todos os espectros políticos, torcedores de todos os times, de todas as crenças e religiões", afirma.
O site do jornal Le Parisien lembra que o inquérito da Polícia Federal sobre o incidente será enviado a Alexandre de Moraes, descrito como "um poderoso juiz da Suprema Corte". A matéria menciona uma suposta tentativa de "golpe de Estado" que remete ao ataque do Capitólio por apoiadores de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021, em Washington.
Já o site do jornal francês Le Monde afirma que a tentativa frustrada de atentado mirando em uma grande institituição da democracia brasileira "desperta as lembranças dos distúrbios da extrema direita contra as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário na mesma praça da capital brasileira em janeiro de 2023".
O diário reproduz as declarações à imprensa brasileira da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Segundo ela, houve primeiro a explosão em um carro que pertencia a Francisco Wanderley Luiz e depois a tentativa de invasão da sede do Supremo Tribunal Federal (STF), com o "suicídio" do autor do ataque, classificado por ela de "lobo solitário".
A poucos dias do G20
A imprensa francesa lembra em peso que as violências ocorrem a poucos dias do início da cúpula do G20, no Rio de Janeiro e da visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping a Brasília. O site do jornal Libération descreve o contexto como "particularmente forte", mas destaca que o presidente Lula não estava na sede do governo no momento das explosões.