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Técnico de enfermagem que gravou estupros de pacientes no PR vira réu

do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/11/2024 09h38Atualizada em 14/11/2024 09h38

O técnico de enfermagem Wesley da Silva Ferreira, preso no mês passado por gravar estupros a pacientes em Curitiba, virou réu nesta terça-feira (12).

O que aconteceu

A Justiça aceitou a denúncia enviada na última sexta-feira (8) pelo Ministério Público. Agora, ele responderá por estupro de vulnerável, perigo de contágio de moléstia grave - já que vive com HIV -, registro não autorizado de intimidade sexual, falsificação de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e furto qualificado.

O MP o acusa de abusos contra seis vítimas, cometidos entre novembro de 2023 e outubro deste ano. Quatro delas já foram identificadas, sendo que uma já morreu. Uma criança de quatro anos também está entre elas, e teria tido suas partes íntimas filmadas pelo homem.

Um ex-companheiro do acusado também aparece como vítima. Ele foi infectado com HIV após manter relação sexual com Wesley sem saber que ele vivia com o vírus. "Já concluímos que teremos muitas outras vítimas, contudo há a necessidade de identificação, até por conta da comprovação material do delito", explicou a promotora Tarcila Teixeira.

O UOL tenta localizar a defesa de Wesley. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda o caso

Técnico de enfermagem de 25 anos gravava os abusos sexuais. O caso começou a ser investigado após uma pessoa com a qual ele mantinha relacionamento encontrar os vídeos dos abusos no celular do autor do crime.

As vítimas dos abusos eram do sexo masculino, segundo a Polícia Civil.

Gravações foram feitas em duas unidades de saúde onde o autor do crime trabalhava. Na casa dele, policiais apreenderam medicamentos subtraídos dos hospitais, como morfina, fentanil e quetamina.

Como denunciar violência contra crianças e adolescentes

Denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.

Se for um caso de violência que a pessoa estiver presenciando, pode ligar no 190, da Polícia Militar, para uma viatura ir no local. Também é possível se dirigir ao Fórum da Cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.

Quem não denuncia situações de perigo, abandono e violência contra crianças e adolescentes pode responder pelo crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também prevê punições pra quem se omite.

Funcionários públicos que se omitem no exercício de seus cargos, em escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, entre outros, podem responder por crime de prevaricação.

Como denunciar violência médica

Em casos de violência cometida por um profissional de saúde, seja obstétrica ou sexual, é possível fazer denúncias em diversos canais.

Você pode procurar a ouvidoria do próprio hospital ou clínica. Também recebe denúncias o conselho regional de medicina de cada Estado (é possível encontrar informações neste link acessando a aba contatos). Caso o denunciado seja um enfermeiro, auxiliar ou técnico, procure o conselho de enfermagem da região (veja contatos dos órgãos por Estado neste link).

O Ministério Público Federal é outro órgão que pode receber denúncias, inclusive pela internet, neste link. Ainda podem ser acionados o Ministério da Mulher por meio do Ligue 180, canal do governo federal que funciona 24 horas por dia —funciona também por WhatsApp no número (61) 9610-0180 ou clicando neste link. O Disque Saúde, do Ministério da Saúde, é outra alternativa, e funciona no número 136.

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