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PF vai apurar ligação de autor de explosões a pichadora de estátua no STF

Francisco Wanderley Luiz escreveu mensagem em espelho se referindo a mulher que pichou estátua no STF - Gabriela Biló - 14.nov.2024/Folhapress
Francisco Wanderley Luiz escreveu mensagem em espelho se referindo a mulher que pichou estátua no STF Imagem: Gabriela Biló - 14.nov.2024/Folhapress
do UOL

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

14/11/2024 14h22Atualizada em 14/11/2024 14h45

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse que as investigações vão dizer se há uma ligação entre Francisco Wanderley Luiz, autor das explosões na praça dos Três Poderes, e Débora Rodrigues, presa por participar dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.

O que aconteceu

PF encontrou mensagem com menção a Debora na casa de Francisco. No espelho do banheiro, havia um recado com o nome da mulher e frases escritas com batom vermelho dizendo: "Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT". O apartamento do autor das explosões está localizado em Ceilândia, região periférica na região administrativa do Distrito Federal.

A investigação dirá. O que nós temos hoje é a mensagem escrita citando essa pessoa e vinculando à questão da estátua.
Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF

Debóra Rodrigues foi presa por pichar a escultura "A Justiça", que fica na calçada do STF. A frase fazia referência à resposta que o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, havia dado a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado disse: "Perdeu, mané. Não amola!", a uma pessoa que o abordara na rua em Nova York.

E ali é importante se dizer que não é só um ato de pichação. Ali é um ato gravíssimo que atenta contra o Estado Democrático de Direito. Essa pessoa [Debora] está presa até o presente momento. Isso mostra a vinculação desses grupos radicais que culminam com essa barbárie que aconteceu ontem na tentativa de matar.
Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF

Francisco estava em Brasília desde julho. Segundo o chefe da PF, há relatos de familiares apontando que ele esteva na cidade no começo de 2023. "Ainda é cedo dizer se houve participação direta ou não nos atos de 8 de Janeiro, isso a investigação apontará, mas essa pessoa estava aqui no começo do ano", afirmou Andrei Passos Rodrigues.

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Mulher com mão na pichação 'Perdeu, mané' na estátua 'A Justiça', no 8/1
Imagem: Gabriela Biló-8.jan.23/Folhapress

PM diz que achou mais bombas em casa de autor

A polícia diz que o local onde autor de explosões se abrigava era "ambiente confinado". Segundo o major Raphael Broocke, da PM do DF, policiais entraram no local e fazem uma varredura mais cuidadosa do que os trabalhos na praça dos Três Poderes. "Ali o cuidado é muito maior porque envolve outras residências. É um ambiente confinado. Então os policiais estão tendo um cuidado redobrado, muito maior do que o cuidado que se teve aqui", afirmou Broocke.

Casa onde foi realizada busca faz parte de conjunto de quatro quitinetes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o imóvel era alugado pelo homem que detonou as bombas e essas buscas na residência foram feitas por volta das 22h desta quarta-feira (13) pela polícia. Os relatos de policiais dão conta de que o local tinha muita bagunça e vários objetos espalhados.

Cinto com explosivos no autor foi identificado por robô e removido por policial com traje antibomba. O major Broocke disse que as bombas não foram retiradas pelo robô em razão de uma "limitação operacional" do equipamento da PM. Por isso, um policial precisou se aproximar para fazer o corte dos fios que conectavam o cinto aos explosivos. "Foi uma operação muito delicada justamente para evitar que ocorressem novas explosões", afirmou o porta-voz da PM.

PM também monitora locais onde autor das bombas passou para verificar se há mais explosivos. "Está sendo feito monitoramento dos locais que ele passou para as equipes conseguirem se aproximar ao máximo das possibilidades de ele ter colocado bomba em outras regiões, mas tudo em investigação ainda", acrescentou Broocke.

Corpo em frente ao STF foi recolhido às 9h05, quase 14 horas depois da explosão, e liberado para o IML. A perícia no local terminou na manhã desta quinta-feira (14). Francisco Wanderley Luiz se aproximou da entrada do STF por volta das 19h30 de ontem e ativou os explosivos que tinha no corpo. Segundo o relato de um segurança da Suprema Corte, o homem circulou pelo local com "atitude suspeita" e deitou no chão para esperar as bombas explodirem. Um carro também explodiu no estacionamento da Câmara.

Praça dos Três Poderes está com segurança reforçada na manhã desta quinta-feira (14). Na Esplanada dos Ministérios, policiais instalaram grades para proteger os prédios e viaturas estão estacionadas nas ruas com agentes fazendo a vigia dos arredores. No Palácio do Planalto, o Exército está de plantão na entrada para fazer a proteção do local. As Forças Armadas foram acionadas pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

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