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'Desatino', diz procurador-geral da República sobre atentado em Brasília

Paulo Gonet afirmou ser contra liberar acesso de Bolsonaro à delação de Mauro Cid - Antonio Augusto - 12.jun.2024/MPF
Paulo Gonet afirmou ser contra liberar acesso de Bolsonaro à delação de Mauro Cid Imagem: Antonio Augusto - 12.jun.2024/MPF
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/11/2024 10h59Atualizada em 14/11/2024 10h59

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou como "desatino" o atentado a bomba de ontem de um chaveiro catarinense na praça dos Três Poderes, em Brasília.

O que aconteceu

Gonet mencionou o caso antes de palestra do ministro do STF Alexandre de Moraes em Brasília. Em fala breve, ele mencionou o caso antes de chamar o ministro. "Agora prestando total solidariedade do Ministério Público, com relação aos desatinos que aconteceram ontem, convido os senhores a saborearem essa palestra", disse ele na manhã de hoje no 4º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri.

As declarações contundentes partiram de Moraes, que associou o atentado à tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. "Um criminoso anistiado é um criminoso impune", afirmou na palestra.

alexandre de moraes - Reprodução  - Reprodução
Paulo Gonet no 4º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri
Imagem: Reprodução

O ministro avalia que a tentativa de atentado "não é um fato isolado". Em sua opinião, o caso faz parte de um contexto de ataque às instituições e suas autoridades.

Segundo Moraes, a pacificação do país depende da condenação dos investigados do 8/1. Ele lembrou que a Polícia Federal está concluindo os inquéritos e que "não existe possibilidade de pacificação com anistia de criminosos".

O clima de ataques à democracia foi "se avolumando sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão". O ministro diz que isso "é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições".

Defensor da anistia a golpistas, Bolsonaro fala em pacificação

Bolsonaro pediu nesta quinta "pacificação nacional" ao comentar o atentado. Ele disse em redes sociais que o episódio "é um acontecimento que nos deve levar à reflexão". "Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força", escreveu.

Ex-presidente negocia anistia a envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro. O ex-presidente afirmou que seu partido, o PL, negocia uma aliança com o centrão para apoiar Davi Alcolumbre (União-AP) na Presidência do Senado. Em troca o partido ficaria com a vice-presidência da Casa para, na ausência de Alcolumbre, pautar a anistia aos condenados bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro deu a declaração em entrevista ao site Metrópoles.

As instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união. Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional.
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República

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