Ministros de Lula culpam extrema direita por explosões: Não permite trégua
Os ministros do presidente Lula (PT) estão ligando as explosões na praça dos Três Poderes nesta quarta (13) à extrema direita. O homem morto foi candidato a vereador pelo PL.
O que aconteceu
Lula ainda não se pronunciou sobre o assunto. O presidente segue em agenda normal no Palácio do Planalto nesta quinta (14), recebendo credenciais de embaixadores.
Pelo menos oito ministros se pronunciaram publicamente. Todos repudiaram o ato e a maioria ligou à extrema direita. Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) chegou a citar (e linkar) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua postagem nas redes sociais.
André de Paula (Pesca) disse que o ato é "reflexo de um ambiente político envenenado pelo ódio". "Nunca foi nem será um ato isolado. É um projeto encorajado de violência e retrocesso", concordou a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).
Alguns se pronunciaram já na noite de ontem. Jader Filho (Cidades) afirmou que "não se constrói democracia sem respeito às pessoas e às instituições", Sônia Guajajara (Povos Indígenas) chamou o ato de "ataque à democracia" que "não pode ser naturalizado" e e Juscelino Filho (Comunicações), o primeiro a se pronunciar, pediu uma investigação rigorosa.
Paulo Pimenta (Secom) também fez referência ao PL. "Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje?", questionou.
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, fez uma ligação aos atentados de 8 de Janeiro e refutou anistia dos investigados. "É nesse ambiente de crescente e irresponsável permissividade que os extremistas vão ousando, sentindo cada vez mais distante a merecida punição e cada vez mais próxima a revanche contra seus adversários", publicou a petista.
Entenda o caso
As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal também suspendeu os trabalhos.
Francisco Wanderlei Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.
A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".
O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.