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Fluxos migratórios batem recorde em 2023 e têm impacto positivo na economia, segundo OCDE

14/11/2024 12h13

Os fluxos migratórios atingiram "níveis recordes" pelo segundo ano consecutivo nos 38 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Segundo um relatório divulgado pela organização nesta quinta-feira (14), os imigrantes nunca estiveram tão bem integrados no mercado de trabalho.  

Em 2023, os países da OCDE registraram a entrada de 6,5 milhões de novos imigrantes "permanentes", o que inclui pessoas com autorização de residência e cidadãos europeus. O número equivale a um aumento de 10% em relação a 2022.

Os Estados Unidos continuam sendo o principal país de destino, com 1,2 milhão de novos residentes permanentes legais, o nível mais alto registrado desde 2006.

Cerca de um terço dos países da OCDE atingiram níveis recordes de imigração, como o Reino Unido (747.000), o Canadá (472.000), a França (298.000), o Japão (155.000) e a Suíça (144.500). A imigração caiu em cerca de um terço dos membros da organização. Entre eles estão a Dinamarca, Estônia, Israel, Itália Lituânia e Nova Zelândia.   

A maior parte do aumento deve-se à migração familiar (+16%), que representa 43% do total de entradas. A imigração por razões humanitárias (+20%) também está crescendo, de acordo com a OCDE, mas a migração profissional manteve-se estável. 

Poucos desempregados

O relatório ainda revela que a integração dos imigrantes no mercado de trabalho continua atingindo níveis inéditos - uma tendência pós-pandêmica que se acentuou em 2023. Nesta categoria, a OCDE registra "níveis de emprego de 71,8%", mostram os dados. A maior taxa de emprego está na Nova Zelândia (82,3%). Na França, ela é de 62,4%.

Os níveis de desemprego entre os imigrantes são baixos (7,3%), frisa a organização. "Eles têm uma apenas uma tendência um pouco maior a ficarem desempregados por muito tempo se comparado aos trabalhadores que nasceram no país", observa a organização.   

Dez países, incluindo o Canadá (75,8%), o Reino Unido (76,3%) e os Estados Unidos (73,3%), assim como todos os 27 países da UE, tiveram "as taxas de emprego de imigrantes mais elevadas que já haviam sido registradas".   

"A forte demanda por mão de obra nos países que recebem os imigrantes tem sido um dos principais vetores da migração nos últimos dois anos", ressalta o diretor de Emprego e Trabalho da OCDE, Stefano Scarpetta 

"Em muitos países da OCDE que enfrentam escassez generalizada de mão de obra e mudanças demográficas, o aumento do número de trabalhadores migrantes contribuiu para o crescimento econômico sustentado", diz o representante da organização.

Impacto positivo na economia

O peso dos imigrantes entre os empresários também aumentou nos países da OCDE nos últimos quinze anos. Em 2022, 17% dos trabalhadores autônomos eram migrantes, em comparação a 11% em 2006, observa o relatório.

No entanto, o empreendedorismo é, com frequência, "uma necessidade", devido à falta de acesso ao emprego assalariado, lamentou o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em uma coletiva de imprensa.   

"Precisamos garantir que os migrantes sejam integrados, que suas habilidades sejam reconhecidas para maximizar seu impacto positivo em nossas economias", acrescentou Scarpetta.   

"O debate público sobre o impacto da migração no mercado de trabalho geralmente gira em torno da competição por empregos entre imigrantes e trabalhadores nativos. No entanto, os imigrantes não são apenas trabalhadores concorrentes, mas também empregadores", resume o relatório.

Equilíbrio entre restrição e atração

Os "grandes fluxos migratórios causaram preocupação generalizada" e implicaram uma "forte demanda por infraestrutura na recepção dos imigrantes" e por isso a organização acredita que a gestão da migração "requer cada vez mais um equilíbrio delicado".   

Além de uma legislação mais rígida para concessão de asilo, alguns países também começaram a impor restrições à imigração legal para aliviar a pressão sobre o mercado imobiliário e os serviços públicos.   

A questão é "encontrar um equilíbrio entre restrição e atração, para que os destinos continuem sendo competitivos aos trabalhadores estrangeiros e estudantes internacionais".

Com informações da AFP

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