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Líbano já perdeu quase R$ 29 bilhões com guerra entre Israel e Hezbollah

Motociclista observa ponto de ataque israelense na periferia de Beirute - Ibrahim AMRO /13.nov.2024-AFP
Motociclista observa ponto de ataque israelense na periferia de Beirute Imagem: Ibrahim AMRO /13.nov.2024-AFP

14/11/2024 17h10Atualizada em 14/11/2024 17h57

Abalado por uma crise econômica inédita, o Líbano é palco de prejuízos da ordem de mais de US$ 5 bilhões (quase R$ 29 bilhões) devido à guerra entre Israel e o grupo Hezbollah. Os números foram divulgados pelo Banco Mundial nesta quinta-feira (14).

Os dados começaram a ser compilados em 8 de outubro de 2023, quando o Hezbollah iniciou a retaliação aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques do grupo Hamas em Israel.

As trocas de tiros quase cotidianas entre o grupo armado libanês e o Exército israelense duraram quase um ano, até Tel Aviv intensificar suas ofensiva no no final de setembro, com bombardeios massivos e operações terrestres no Líbano.

Segundo o relatório do Banco Mundial, em um ano, o conflito no Líbano destruiu ou danificou quase 100 mil residências, o que representa prejuízos de cerca de US$ 3,4 bilhões (mais de R$ 19,5 bilhões). O documento aponta que 81% dos lares atingidos se encontram no sul do país, perto da fronteira com Israel.

Além das imensas perdas em infraestruturas civis, cerca de US$ 1,7 bilhões de prejuízos (R$ 9,8 bilhões) foram registrados pelos setores do comércio, turismo, hotelaria e agricultura. O estudo avaliou o período de 8 de outubro de 2023 a 27 de outubro de 2024.

Segundo o Banco Mundial, a guerra entre Israel e o Hezbollah reduziu o crescimento do PIB libanês em ao menos 6,6% neste ano. "Isso se acrescenta a cinco anos de forte recuo econômico no Líbano", afirma o documento. Entre a crise econômica enfrentada pelo país desde 2019 e as repercussões do conflito, Beirute "perde o equivalente a 15 anos de crescimento", reitera.

Sem previsão para o fim da guerra

Israel alega que o objetivo da intensificação dos ataques contra o Hezbollah era permitir a volta de cerca de 60 mil cidadãos ao norte israelense, de onde tiveram de ser deslocados devido ao risco dos ataques do grupo libanês. No entanto, o conflito se prolongahá semanas, com intensos bombardeios contra a capital Beirute, sem nenhuma previsão de um acordo de cessar-fogo.

Nesta quinta-feira, novos ataques israelenses visaram bastiões do Hezbollah no sul da capital libanesa, perto do aeroporto internacional, bem como a cidade de Baalbeck, no leste do país, onde ao menos três pessoas morreram e 12 ficaram feridas.

Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, expressaram preocupação nesta quinta-feira com os novos ataques. "Vocês já nos ouviram dizer repetidas vezes que não queremos ver esse tipo de operação [militar] em Beirute, especialmente em áreas densamente povoadas", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel.

Ao mesmo tempo, na Síria, o Ministério da Defesa registrou dois bombardeios israelenses que atingiram o bairro de Mazzeh, em Damasco, e arredores da capital. Segundo as autoridades locais, os ataques deixaram ao menos 15 mortos.

Desde o início da guerra civil de 2011 na Síria, Israel efetuou centenas de bombardeios contra o Exército sírio. As forças israelenses alegam que o Hezbollah também atua no país.

(Com informações da AFP)

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