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Autor de explosões fez ameaça ao STF com foto de visita em agosto

do UOL

Do UOL, em Brasília

14/11/2024 08h55Atualizada em 14/11/2024 10h02

O autor das explosões na Praça dos Três Poderes, Francisco Wanderley Luiz, visitou o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) em 24 de agosto deste ano e usou a foto para fazer ameaças.

O que aconteceu

O homem postou a foto no plenário para fazer ameaças em mensagens nas redes sociais. Na imagem, ele aparece dentro do plenário vazio. O UOL apurou que a visita ocorreu em agosto, durante um final de semana, quando não há atividades na Corte e o edifício fica aberto para turistas.

Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda).
Trecho de ameaça feita por Francisco Wanderley Luiz sobre o STF

Ele também circulou pelo Congresso. Nesta quarta-feira (13), antes das explosões, ele passou pela Câmara dos Deputados. Em suas redes sociais, ele sugeriu que haveria artefatos escondidos em vários lugares.

Francisco Vanderley morreu ao explodir artefato em frente ao tribunal. Ele deixou o carro com explosivos em um estacionamento da Câmara dos Deputados e seguiu em direção ao STF com vários artefatos explosivos no corpo. Lá ele se dirigu a entrada do edifício, atirou explosivos em direção ao prédio e acabou se matando ao explodir um artefato em si mesmo. Segundo o relato de um segurança da Suprema Corte, o homem circulou pelo local com "atitude suspeita" e deitou no chão para esperar as bombas explodirem.

Os explosivos não atingiram o STF. Ainda assim a praça dos Três Poderes ficou interditada até a manhã desta quinta.

Cinto com explosivos no autor foi identificado por robô e removido por policial com traje antibomba. Um major da PM disse que as bombas não foram retiradas pelo robô em razão de uma "limitação operacional" do equipamento da PM. Por isso, um policial precisou se aproximar para fazer o corte dos fios que conectavam o cinto aos explosivos. "Foi uma operação muito delicada justamente para evitar que ocorressem novas explosões", afirmou o porta-voz da PM.

A PM do Distrito Federal afirma que encontrou mais bombas em uma casa alugada em Ceilândia, onde o homem estava morando. A Polícia Militar do Distrito Federal fez varreduras pelos espaços e teve de desarmar os artefatos um a um por para evitar novas explosões.

carro - Imagem cedida ao UOL - Imagem cedida ao UOL
Carro foi usado para explodir artefatos no estacionamento do anexo 4 da Câmara
Imagem: Imagem cedida ao UOL

Quem é o autor das explosões

O catarinense de Rio do Sul foi candidato a vereador em 2020 pelo PL. À época, ele se candidatou com o nome Tiü França e recebeu 98 votos e não foi eleito para o cargo.

Filho afirma que Luiz saiu de Santa Catarina há cerca de quatro meses para trabalhar em Brasília. A família não sabia sobre seu paradeiro.

Ele trabalhou como chaveiro e camelô. À Justiça Eleitoral em 2020 o suspeito informou também ser casado e ter ensino médio incompleto. Não há registro de outras candidaturas dele a cargos públicos desde então. Nas redes sociais, ele se apresentava como empreendedor, investidor e desenvolvedor.

Entenda o caso

As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal suspendeu os trabalhos.

Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.

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