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PSD retira candidatura à presidência da Câmara e decide apoiar Hugo Motta

Líder do PSD na Câmara dos Deputados, Antonio Brito (BA), ao lado dos deputados da bancada - Cláudio Araújo / Liderança do PSD na Câmara dos Deputados
Líder do PSD na Câmara dos Deputados, Antonio Brito (BA), ao lado dos deputados da bancada Imagem: Cláudio Araújo / Liderança do PSD na Câmara dos Deputados
do UOL

Do UOL, em Brasília

13/11/2024 13h40Atualizada em 13/11/2024 15h30

O líder do PSD, Antonio Brito (BA), retirou a candidatura para a presidência da Câmara nesta quarta-feira (13). O anúncio aconteceu após reunião da bancada com o presidente do partido, Gilberto Kassab.

O que aconteceu

PSD ficou isolado após o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), conseguir o apoio da maior parte dos partidos. Brito manteve a candidatura na semana passada, mas iniciou o diálogo com o republicano e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre os espaços que a sigla teria na Casa.

Partido de Kassab queria manter a "proporcionalidade". As negociações buscam garantir o espaço do PSD nas comissões, Mesa Diretora e relatorias, seguindo o critério do tamanho das bancadas de cada sigla ou bloco partidário. O partido deve ficar com a presidência da CMO (Comissão Mista de Orçamento) e a terceira secretaria da Câmara. A legenda também mantém a Corregedoria Parlamentar, atualmente ocupada pelo deputado Domingos Neto (PSD-CE).

A bancada decidiu, com proposta minha, retirar a candidatura nossa a presidente da Câmara para que nós possamos dar sequência ao processo que ocorre com as demais lideranças da Casa e apoiar a candidatura do Hugo Motta à presidência.
Antonio Brito, líder do PSD na Câmara dos Deputados

Brito assume comando do segundo maior bloco da Câmara. Até fevereiro de 2025, o parlamentar vai liderar o grupo formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos, que somam 146 deputados. O deputado baiano também foi reconduzido para a liderança da bancada na Casa em 2025.

Motta já tem o apoio da maioria dos partidos. Além do Republicanos, o deputado já conquistou os apoios da federação PT, PCdoB e PV, do MDB, do PP, do PL, do Podemos, da federação PSDB-Cidadania, do PDT, do PSB, do Solidariedade, da Rede e do PRB. Com esses partidos, o parlamentar já soma mais de 300 votos e poderia ser eleito para a chefia da Câmara com folga.

União Brasil ainda negocia com Motta e Lira

União Brasil quer desfazer acordos prévios. Sem conseguir viabilizar a candidatura de Elmar Nascimento (BA), o partido negocia com Motta e Lira os termos para apoiar o republicano. Inicialmente, a sigla ficaria com a relatoria do Orçamento de 2026, mas aliados de Motta afirmam que a legenda insiste em ter o comando da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), anteriormente prometido ao MDB.

MDB ficaria com o comando da CCJ em 2025. Pelo acordo original feito na reeleição de Lira, PT, PL, União e MDB fariam o revezamento no comando da Comissão da Constituição e Justiça. Segundo interlocutores do deputado alagoano, o arranjo só seria mantido se Elmar desistisse da candidatura e o partido apoiasse Motta. Como o União chegou tarde no bloco que vai apoiar o republiano, Lira e Hugo estudam formas de compensar o partido sem precisar desfazer o acordo inicial.

Orçamento é cobiçado por todos os partidos. Todos os anos há um revezamento na relatoria e na presidência da CMO (Comissão Mista de Orçamento) entre Câmara e Senado. Neste ano, a presidência do colegiado é do deputado Julio Arcoverde (PP-PI), indicado por Lira, e a relatoria do Orçamento é do senador Angelo Coronel (PSD-BA). Em 2025, os deputados ficam com a relatoria, e os senadores com a presidência.

Sucessão na Câmara

Lira anunciou apoio a Motta ao lado de líderes de diferentes partidos no final de outubro. Estavam presentes na residência oficial Dr. Luizinho (PP-RJ), Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Romero Rodrigues (Podemos-PB), além do vice-líder de governo Rubens Pereira Jr. (PT-MA) e Silvia Waiãpi (PL-AP) na oposição.

Presidente da Câmara soltou a mão de Elmar e abraçou Motta. Durante meses, a expectativa era que Lira escolhesse o líder do União Brasil, mas aliados afirmaram ao UOL que o candidato "de coração" era Motta. O deputado alagoano não pode se reeleger e quer fazer um sucessor para transferir seu capital político e ter influência na Casa.

Elmar não se "viabilizou", e Motta virou o "candidato de consenso". Segundo relatos de deputados próximos a Lira, o líder do União Brasil não foi indicado para ser seu sucessor por "falta de apoio" dos partidos. O republicano, contudo, é o deputado que dialoga com todos os grupos políticos da Câmara e seria o postulante com maior aceitação entre as siglas.

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