O governo Lula ainda não tem uma postura clara sobre a PEC que quer acabar com a jornada de trabalho 6x1, mas precisará ser cauteloso para conseguir equilibrar interesses da sociedade e do setor produtivo sem perder o trunfo de uma pauta de esquerda ter prosperado das redes, avaliou a colunista Raquel Landim no UOL News desta quarta-feira (13).
O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, sugeriu que a pauta seja incorporada à reforma tributária, e outros ministros já se posicionam a favor da pauta — caso de Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, enquanto Luiz Marinho, do Trabalho, sugere "acordos coletivos" como uma possível alternativa.
Para Landim, a tendência é que os próximos passos do governo sejam cautelosos, mas sem abafar o debate.
O governo vai precisar navegar nessas águas e ser muito habilidoso. Já tem diversas PECs no Congresso sobre isso, mas essa foi uma pauta que surgiu nas redes sociais vinda da esquerda. Geralmente, quem consegue aproveitar muito bem as redes sociais é a direita. O governo, que sempre se queixa da falta de mobilização, da dificuldade que a esquerda e o governo têm de se mobilizar por redes sociais, no momento com a esquerda consegue abafar isso.
Ao mesmo tempo, o governo precisa ter cuidado com o impacto econômico e com o diálogo com o setor produtivo. [O governo] vai tentar algum caminho do meio. [...] Então você vai ver o governo cauteloso nessa história, mas sem tentar sufocar o debate nem sufocar a iniciativa -- afinal, foi uma pauta de esquerda, das redes sociais, que dessa vez travou a direita.
Raquel Landim
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