Câmara suspende votação após explosões e morte em Brasília
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-AL) suspendeu nesta quarta-feira (13) a sessão que acontecia na Câmara dos Deputados por volta de 20h45, quando recebeu a confirmação de que uma pessoa havia morrido após explosões na Praça dos Três Poderes.
O que aconteceu
Deputados discutiram por meia hora até suspensão da sessão. Parlamentares a favor da aprovação de um texto que amplia a imunidade tributária para igrejas tentaram manter a discussão, mas prevaleceu a vontade de membros do PT e do PSOL que pediam a interrupção dos trabalhos por conta da situação.
Cavalcante propôs um minuto de silêncio por conta da morte. Depois disso, a sessão na Câmara foi oficial interrompida.
Sessão voltou às 21h04. Neste momento, Cavalcante informou aos deputados que todos estavam autorizados a sair. "Estamos com todas as seguranças em todos os acessos para garantir a nossa saída com segurança até os nossos lares", disse ele.
Uma das explosões aconteceu perto do STF
Uma pessoa com explosivos se aproximou da entrada do prédio, segundo primeiras informações. A explosão foi ouvida de dentro do edifício, após o fim da sessão do plenário. Não houve danos na parte interna do prédio, que foi evacuado.
Bombeiros confirmaram morte de uma pessoa em frente ao STF. Dezenas de seguranças e policiais cercaram o STF. Eles cercaram o prédio e pediram para que todas as pessoas se afastassem das janelas do edifício.
A segunda explosão aconteceu próxima a Câmara dos Deputados. Em vídeos nas redes sociais, é possível ver um carro explodindo com fogos no estacionamento do anexo 4 da Câmara.
O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". "Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF", diz a nota.
Câmara anunciou suspensão da sessão às 20h47 no Twitter.
Episódio acontece quase 2 anos após 8 de janeiro
Atos antidemocráticos começaram como passeata e terminaram em confronto. Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcharam pelo Eixo Monumental e invadiram prédios públicos em Brasília.
À época, Congresso, Planalto e STF foram invadidos. As sedes dos poderes legislativo, executivo e judiciário foram alvos dos manifestantes, inconformados com a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Só na Câmara, danos chegaram a R$ 2,7 milhões. No Senado, o prejuízo foi maior: R$ 3,5 milhões. Já o STF teve R$ 12 milhões em danos e mais de 950 itens furtados.
Diante da situação, o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Até hoje, invasores de prédios públicos respondem a processos na Justiça por conta dos episódios.