Reunidos em Paris, Macron e o secretário-geral da Otan pedem manutenção do apoio militar à Ucrânia
O presidente francês Emmanuel Macron se reuniu nesta terça-feira (12) no Palácio do Eliseu, em Paris, com o novo secretário-geral da Otan, o holandês Mark Rutte. Na pauta, entre outros assuntos, o eventual desengajamento dos Estados Unidos dentro da Otan durante o futuro governo de Donald Trump, já que a eleição do republicano lança dúvidas sobre a continuação da ajuda americana a Kiev.
O encontro de Rutte e Macron acontece no contexto em que a Coreia do Norte ratificou um tratado histórico de defesa mútua com a Rússia, em caso de ataque, tornando-se um dos principais apoiadores da ofensiva da Rússia na Ucrânia.
Em Paris, o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, apelou ao Ocidente para "fazer mais do que apenas permitir que a Ucrânia lute", em meio a ameaças de fim do apoio americano a Kiev, após a reeleição de Donald Trump. O presidente eleito dos Estados Unidos volta para a Casa Branca em 20 de janeiro de 2025. Na semana passada, Trump lembrou que não havia sido eleito para fazer a guerra, mas sim a paz. Ele prometeu durante a campanha eleitoral acabar com a guerra na Ucrânia dentro de 24 horas, mas sem dizer como.
"Devemos manter a força da nossa aliança transatlântica. O desafio imediato que enfrentamos é apoiar a Ucrânia", disse Rutte em Paris, destacando que a Ucrânia "se prepara para o seu inverno mais rigoroso" desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022", disse o holandês após a reunião com Macron.
O apoio norte-coreano prestado a Moscou ilustra a necessidade de apoio dos Estados Unidos, cuja própria segurança está em causa, segundo Rutte. A Rússia apoia financeiramente Pyongyang e fornece a sua experiência em tecnologias de mísseis, lembrou ainda o novo chefe da Otan. "É muito preocupante que estes mísseis representem uma ameaça direta ao território americano", apelou.
Da mesma forma, ao colaborar com Coreia do Norte, Irã e China, a Rússia "não só ameaça a Europa, mas também ameaça a paz e a segurança no Indo-Pacífico e na América do Norte", alertou Mark Rutte.
"Precisamos de uma cooperação transatlântica de defesa mais robusta e de mais investimentos na defesa", acrescentou o chefe da Otan, julgando que "quanto mais gastamos na defesa, mais reduzimos o risco de conflitos futuros".
Defesa europeia
Embora Donald Trump critique regularmente os europeus por não gastarem dinheiro suficiente na sua defesa à custa dos Estados Unidos, Emmanuel Macron reconheceu que a Europa "evitou durante muito tempo carregar o fardo da sua própria segurança" e deve continuar a reforçar sua defesa.
O envio de tropas norte-coreanas à linha de frente ao lado de Moscou constitui uma "grave escalada" do conflito na Ucrânia, acrescentou o chefe de Estado, sublinhando que o apoio a este país atacado pela Rússia continua a ser uma prioridade absoluta. "Continuaremos a defender que a Otan e seus aliados forneçam apoio total ao exército ucraniano durante o tempo que for necessário", acrescentou Emmanuel Macron.
Para o presidente francês, "este é o único caminho para as negociações". Macron ainda disse que "quando chegar a hora, nada será decidido sobre a Ucrânia sem os ucranianos, nem sobre a Europa sem os europeus".
(Com AFP)