Operação mira envolvidos na máfia das cantinas que atua em presídios do RJ
O Ministério Público do Rio de Janeiro iniciou nesta terça-feira (11) uma operação contra suspeitos ligados à máfia das cantinas de presídios do estado.
O que aconteceu
O esquema mantinha um cartel para controlar o serviço de cantinas. Segundo o MP, a máfia, estruturada dentro da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), atua desde 2019 e já faturou mais de R$ 25 milhões de prejuízo ao governo.
Ao menos 30 empresas, advogados e agentes da Seap estariam envolvidos. Para os promotores, a quadrilha mantinha uma prática que prejudicava tanto o Estado quanto internos do sistema prisional com os altos preços dos produtos vendidos.
Após a decisão da secretaria de encerrar o serviço, o grupo utilizou o nome de pessoas presas para abrir ações contra o Estado. Ainda segundo a promotoria, o objetivo das ações judiciais era induzir a Justiça ao erro, como se os presos estivessem demandando pela reabertura das cantinas.
A investigação começou a partir de um relatório da subsecretaria de Inteligência do Sistema Penitenciário. Estão sendo cumpridos quadro mandados de busca e apreensão contra investigados nos bairros de Copacabana, Barra da Tijuca, Sepetiba e Bangu por organização criminosa, cartel e fraude à licitação relacionadas à permissão de funcionamento de cantinas nos presídios.
O que diz a Seap
Em nota, a Secretaria disse que monitorou nos últimos anos a atividade das empresas e enviou ao MP. ''Exploravam há décadas o serviço das cantinas no sistema prisional fluminense de forma precária e sem licitação'', afirmou.
A Seap também alegou que tentou licitar o serviço por duas vezes. No entanto, ''a medida atacava frontalmente os interesses das empresas envolvidas'', que decidiram judicializar o processo e derrubaram as licitações em ambas as ocasiões.