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Manifestantes colocam fogo em bonde em Amsterdã dias após ataque antissemita

Grupo fogos de artifício para atear fogo em bonde no distrito de Niew-West, em Amsterdã, em 11 de novembro de 2024 - TALHA ANDAC/AFP
Grupo fogos de artifício para atear fogo em bonde no distrito de Niew-West, em Amsterdã, em 11 de novembro de 2024 Imagem: TALHA ANDAC/AFP

12/11/2024 08h20Atualizada em 12/11/2024 09h35

Novas cenas de violência foram registradas durante a noite de segunda-feira (11) para terça-feira (12) na zona oeste de Amsterdã, capital da Holanda. Os incidentes ocorrem em meio às tensões crescentes após os confrontos da semana passada no jogo de futebol entre o Maccabi Tel Aviv e o Ajax.

De acordo com as autoridades holandesas, dezenas de pessoas armadas com paus e fogos de artifício se reuniram durante a noite em um subúrbio de Amsterdã, alegando solidariedade ao povo palestino. Formado em sua maioria por jovens, o grupo incendiou um bonde sem passageiros, quebrou janelas e gritou expressões consideradas violentas. Na maioria das vezes mascarados, os manifestantes bradaram slogans como "Palestina Livre" e "Judeus do Câncer", segundo jornalistas do Telegraaf.

O fogo foi rapidamente extinto e a tropa de choque esvaziou a área. Três pessoas foram presas durante os tumultos e pedras também foram atiradas contra um veículo policial.

A polícia holandesa anunciou cinco novas prisões relacionadas aos confrontos envolvendo torcedores de futebol israelenses e pró-palestinos. Os suspeitos são homens com idades entre 18 e 37 anos, que moram em Amsterdã ou cidades vizinhas. Quatro ainda estão sob custódia; o quinto foi liberado, mas continua sendo considerado suspeito.

Entulhos são removidos da rua após tumultos noturnos no distrito de Niew-West, em Amsterdã, depois que um grupo de pessoas ateou fogo em um bonde com fogos de artifício na praça Plein 40-45 em 11 de novembro de 2024 - RAMON VAN FLYMEN/AFP - RAMON VAN FLYMEN/AFP
Entulhos são removidos da rua após tumultos noturnos no distrito de Niew-West, em Amsterdã
Imagem: RAMON VAN FLYMEN/AFP

O conselho municipal de Amsterdã deverá discutir nesta terça-feira os incidentes recentes no país, que as autoridades locais qualificaram de "antissemitas". Vários relatos apontam também para violência e provocação por parte dos torcedores israelenses visitantes.

Jogo acaba em pancadaria

Na quinta-feira (7), torcedores israelenses foram agredidos após o jogo entre as equipes do Ajax de Amsterdã e Maccabi Tel Aviv, pela Liga Europa, que aconteceu na cidade holandesa. De acordo com a polícia, 62 pessoas foram detidas após a partida e cinco foram hospitalizadas.

Manifestantes pró-Palestina foram até o estádio Johan Cruyff, onde acontecia o jogo, apesar da proibição de protestos no local, e atacaram os torcedores israelenses, como mostram diversos vídeos publicados nas redes sociais.

O presidente israelense, Isaac Herzog, comparou as imagens que circularam nas redes sociais ao ataque do grupo Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou dois aviões de resgate para Amsterdã, na Holanda, a fim de repatriar os torcedores israelenses.

Tensão diplomática entre Paris e Israel

Em Paris, o embaixador de Israel na França foi convocado a dar explicações nesta terça-feira, na sede do Ministério das Relações Exteriores, após o incidente diplomático da semana passada em que dois policiais franceses foram detidos por policiais israelenses armados. Eles entraram sem pedir autorização em um local de peregrinação de propriedade da França em Jerusalém Oriental, durante uma visita do chanceler francês, Jean-Noël Barrot, à cidade. A França afirma que o visto diplomático dos dois policiais era conhecido das autoridades israelenses; Israel rebate afirmando que todo ministro estrangeiro que visita o país também deve ser acompanhado por uma equipe de segurança israelense.

A tensão diplomática entre França e Israel antecede o jogo entre as seleções dos dois países na quinta-feira (14), no Stade de France, em Paris, após os incidentes de violência envolvendo torcedores israelenses em Amsterdã, na semana passada. O presidente Emmanuel Macron e o primeiro-ministro Michel Barnier estarão no estádio, para demonstrar a condenação da França à violência e ao antissemitismo.

Considerado de "alto risco" pelas autoridades francesas, o duelo contará com um esquema de segurança "extremamente reforçado". O chefe da polícia de Paris, Laurent Nuñez, anunciou a presença de quatro mil agentes ? quando normalmente são mobilizados de 1.200 a 1.300 para um evento desse porte.

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