Aliado de Putin diz que Rússia e China devem combater qualquer tentativa de contenção dos EUA
MOSCOU/PEQUIM (Reuters) - A tarefa mais importante para a Rússia e a China é combater qualquer tentativa dos Estados Unidos de contê-los, disse um aliado do presidente russo Vladimir Putin ao ministro das Relações Exteriores da China nesta terça-feira.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas pesadas à China e a outros países, aumentando a perspectiva de uma guerra comercial. Os Estados Unidos consideram a China como seu maior concorrente e a Rússia como sua maior ameaça de Estado-nação.
Putin chama cada vez mais a China de "aliada", e ele e o presidente da China, Xi Jinping, prometeram uma "nova era" de parceria em maio. Pequim e Moscou classificam os EUA como um hegemônico agressivo da Guerra Fria que semeia o caos em todo o mundo.
O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, disse ao ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Pequim, que as fortes relações entre Moscou e Pequim são uma influência estabilizadora no mundo.
"Considero que a tarefa mais importante é combater a política de 'dupla contenção' à Rússia e à China adotada pelos Estados Unidos e seus satélites", disse Shoigu, segundo as agências de notícias estatais russas.
Os EUA não comentaram imediatamente as observações de Shoigu.
Xi e Putin retratam a era pós-Guerra Fria de domínio dos EUA como um desmoronamento, três décadas após o colapso soviético de 1991 e após séculos de domínio colonial europeu sobre a China.
Putin usou a palavra "aliado" várias vezes em relação à China, inclusive na semana passada, mas os acordos formais dos países dizem que eles têm uma parceria.
Wang, o principal diplomata da China, disse que a China e a Rússia precisam permanecer juntas em um mundo cada vez mais desafiador e complexo.
"Quanto mais complexa a situação internacional se torna e quanto mais desafios externos surgem, mais os dois lados precisam se manter firmes em solidariedade e coordenação para salvaguardar interesses comuns", disse Wang.
A China disse que Wang e Shoigu tiveram uma troca de pontos de vista abrangente e profunda sobre questões estratégicas de segurança de interesse comum e maior confiança mútua estratégica.
(Reportagem de Guy Faulconbridge, em Moscou, e Ella Cao, em Pequim)