Biden fará lobby para que governo Trump não se afaste da Ucrânia
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve discutir as prioridades da política interna e externa com o presidente eleito, Donald Trump, em reunião nesta quarta-feira (13), e deve fazer lobby junto ao novo governo para que não abandone a Ucrânia. As informações são do conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, em entrevista neste domingo (10).
Biden convidou Trump para comparecer ao Salão Oval na quarta-feira, informou a Casa Branca.
Em entrevista ao programa "Face the Nation", da CBS, Sullivan disse que a principal mensagem de Biden será o compromisso em garantir uma transferência pacífica de poder, e também vai falar com Trump sobre o que está acontecendo na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.
"O presidente terá a oportunidade de explicar a Trump como ele vê as coisas, onde elas estão, e conversar sobre como ele está pensando em abordar essas questões quando tomar posse", disse Sullivan.
Um tema-chave será, provavelmente, a guerra da Ucrânia com a Rússia, que Trump prometeu terminar rapidamente, embora não tenha dito como.
"O presidente Biden terá a oportunidade, nos próximos 70 dias, de defender ao Congresso e à nova administração que os Estados Unidos não devem abandonar a Ucrânia, que isso significa mais instabilidade na Europa", afirmou o conselheiro de segurança.
Quando questionado se isso significa que Biden pedirá ao Congresso que aprove legislação para autorizar mais financiamento para a Ucrânia, Sullivan disse que não estava ali para apresentar uma proposta legislativa específica. "O presidente defenderá que precisamos de recursos contínuos para a Ucrânia para além do final do seu mandato", completou.
Washington forneceu dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar e econômica à Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia, em fevereiro de 2022, financiamento que Trump criticou repetidamente e contra o qual se uniu a outros parlamentares republicanos.
No ano passado, Trump insistiu que o presidente russo, Vladimir Putin, nunca teria invadido a Ucrânia se ele estivesse na Casa Branca. À agência Reuters, disse que a Ucrânia pode ter de ceder território para chegar a um acordo de paz, algo que os ucranianos rejeitam e que Biden nunca sugeriu.
O republicano vai tomar posse em 20 de janeiro, depois de derrotar a atual vice-presidente Kamala Harris nas eleições presidenciais de 5 de novembro.
(Reportagem de Humeyra Pamuk e Brendan O'Brien; reportagem adicional de Moira Warburton)