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OPINIÃO

Kotscho: Cenas de ataque no aeroporto de Guarulhos lembraram máfia italiana

do UOL

Colaboração para o UOL

09/11/2024 14h31

As cenas provocadas pelo assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, alvo do PCC, no aeropoto de Guarulhos lembram a máfia italiana, comparou o comentarista Ricardo Kotscho no UOL News deste sábado (9).

Essas cenas que acabamos de ver me lembram muito a máfia na Itália e depois as Brigadas Vermelhas, que eram terroristas e matavam um monte de gente à luz do dia, no centro da cidade e tal.

O que a gente nota é que o crime organizado está cada vez mais organizado e poderoso, muito mais do que as polícias e muito mais do que os governos. Tivemos esse vexame, semana passada, uma reunião do presidente com os governadores para discutir, finalmente, um plano nacional de segurança, que ouço falar desde o primeiro governo do Lula e nunca isso aí aconteceu.

E não acontece porque cada um só quer cuidar da sua parte e ninguém quer interferência, porque no Brasil a segurança pública é atribuição dos governadores dos estados. Cada um tem sua polícia, seu método. Não existe uma polícia unificada nacional, inclusive na área da inteligência.
Ricardo Kotscho, comentarista do UOL

Kotscho destaca também que o empresário assassinado contava com uma escolta particular formada por PMs.

Ele podia ter pedido escolta para a Polícia Federal, para a Polícia Estadual, porque ele era um cara ameaçado desde o ano passado, quando ele fez o acordo de delação premiada. E ele estava viajando com uma escolta da PM, mas particular. É outra coisa, outro absurdo ter no Brasil. E essa mistura de PMs, com milícias, com PCC, com crime organizado, criou um ambiente no brasil que não estamos vendo saída.

Cada vez as coisas ficam piores e o Brasil está na mão da bandidagem. A bandidagem venceu.

Tales: Tarcísio precisa combater crime organizado dentro da polícia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, precisa combater o crime organizado dentro da polícia e ensinar a corporação a trabalhar dentro da lei, disse o colunista Tales Faria também no UOL News.

O governador tem que saber o seguinte: ele tem que combater o crime organizado dentro da polícia. A polícia está funcionando como uma entidade criminosa. Mas se ele não acha isso, se ele acha que é certo a polícia agir assim: "Bandido bom é bandido morto, e vamos matar mesmo". Isso é uma entidade criminosa. Isso era o que também pensava o Maluf lá atrás. E não deu certo. Não dá certo no mundo inteiro. Não deu certo no Brasil, porque você transforma a polícia numa entidade criminosa.
Tales faria, colunista do UOL

Prefeito diz que base da GCM atendia outro caso durante ataque em Guarulhos

O prefeito de Guarulhos, Guti Costa (PSD), disse em entrevista ao UOL News que, no momento do assassinato do empresário no aeroporto, a base da Guarda Civil Municipal (GCM) atendia outro caso, e apenas um policial da corporação estava na área.

Nossa GCM fica ali justamente para garantir uma maior paz, uma ordem para qualquer tipo de problema de menor potencial ofensivo. É para isso que as guardas civis foram criadas. E no caso aí, os GCMs que estavam no suporte do ônibus estavam na delegacia do aeroporto, porque foi apresentado um veículo com uma placa adulterada e foi reportado a eles.

O procedimento padrão é que fique sempre uma pessoa, e ficou um GCM. Agora, os outros dois ou três [agentes] - não sei exatamente precisar - acompanharam essa ocorrência na delegacia, e é natural.
Guti Costa, prefeito de Guarulhos

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