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Ministro de Ernesto Geisel na ditadura doou R$ 300 mil ao PL de Bolsonaro

Banqueiro, Calmon de Sá também foi ministro de Collor - Agência Brasil
Banqueiro, Calmon de Sá também foi ministro de Collor Imagem: Agência Brasil
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/11/2024 13h38

Um ministro do quarto presidente da ditadura militar brasileira, Ernesto Geisel (1974 a 1979), doou R$ 300 mil ao PL, partido de Valdemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O que aconteceu

Ângelo Calmon de Sá, que foi ministro da Indústria e Comércio de 1977 a 1979, realizou três depósitos de R$ 100 mil ao PL. A primeira transferência foi no dia 10 de setembro. As demais aconteceram nos dias 20 e 26 de setembro. Todas foram a título de "doações para manutenção do partido", segundo prestação de contas da legenda ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A informação, adiantada pelo Metrópoles, foi confirmada pelo UOL.

Calmon de Sá também foi ministro de Fernando Collor de Mello (1990 a 1992). Na época, ele comandou a pasta do Desenvolvimento Regional.

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Ângelo Calmon de Sá durante a ditadura
Imagem: Fundo Agência Nacional

Banqueiro, Calmon voltou à iniciativa privada ao deixar o cargo público nos anos 1990. Em 1995, o banco controlado por ele, o Econômico, sofreu intervenção do Banco Central antes de ter suas atividades suspensas e ser incorporado pelo Banco Excel.

Segundo o BC, o Banco Econômico sofria de "gestão temerária". Com balanços supostamente maquiados, desde 1989 o banco vinha registrando prejuízo. A demora na intervenção estatal custou R$ 3 bilhões ao governo federal, segundo o livro "Brasil dos Bancos" (2014), de Fernando Nogueira da Costa.

A família de Calmon é tradicionalmente ligada à política. Seu avô materno, Francisco Marques de Góis Calmon, foi governador da Bahia entre 1924 e 1928, enquanto seu tio, Miguel Calmon du Pin e Almeida Sobrinho, foi ministro da Fazenda no governo João Goulart.

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Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre 1974 e 1979
Imagem: Wikimedia Commons

O UOL procurou o advogado de Calmon, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

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