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Amsterdã proíbe manifestações após "esquadrões antissemitas" atacarem torcedores israelenses

08/11/2024 08h24

Por Bart H. Meijer e Toby Sterling

AMSTERDÃ (Reuters) - Amsterdã proibiu manifestações por três dias a partir de sexta-feira após ataques noturnos a torcedores de futebol israelenses pelo que a prefeita chamou de "esquadrões antissemitas", e Israel disse que levaria muitos torcedores para casa.

A prefeita Femke Halsema disse que os torcedores do Maccabi foram "atacados, agredidos ​​e atingidos por fogos de artifício" na cidade, e que a polícia de choque interveio para protegê-los e escoltá-los para hotéis. Pelo menos cinco pessoas foram tratadas no hospital.

Vídeos nas redes sociais mostraram a polícia de choque intervindo nos confrontos, com alguns agressores gritando insultos anti-Israel. Algumas filmagens também mostraram torcedores do Maccabi Tel Aviv gritando slogans contra árabes antes da partida de quinta-feira à noite.

"Vimos muitas manifestações, muitas pessoas correndo. Foi realmente, realmente assustador", disse Joni Pogrebetsy, um torcedor israelense em Amsterdã para a partida.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava enviando aviões para a Holanda para levar os torcedores de volta para casa.

Os incidentes antissemitas aumentaram na Holanda desde que Israel lançou seu ataque a Gaza após os ataques a Israel pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro de 2023, com muitas organizações e escolas judaicas relatando ameaças e mensagens de ódio.

Mais de 43.000 palestinos foram mortos, 102.000 feridos e milhões desabrigados na ofensiva militar de Israel em Gaza, de acordo com autoridades de saúde no enclave, depois que o Hamas matou 1.200 israelenses e fez mais de 250 reféns, segundo Israel.

A prefeita Halsema disse que a polícia da cidade foi pega de surpresa depois que os serviços de segurança não sinalizaram a partida contra o Ajax Amsterdã, tradicionalmente identificado como um clube judeu, como de alto risco. "Esquadrões antissemitas" conseguiram escapar de uma força de cerca de 200 policiais, segundo ela.

Medidas de segurança foram reforçadas no município, onde centenas de pessoas se reuniram na quinta-feira para relembrar Kristallnacht (Noite dos Cristais), o pogrom nazista contra os judeus na Alemanha em 9 e 10 de novembro de 1938.

Um vídeo verificado pela Reuters mostrou um grupo de homens correndo perto da estação central de Amsterdã, perseguindo e agredindo outros homens, enquanto as sirenes da polícia soavam.

O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse que estava "horrorizado com os ataques antissemitas contra cidadãos israelenses", que ele chamou de "completamente inaceitáveis".

Schoof afirmou ter assegurado a Netanyahu por telefone que "os criminosos serão identificados e processados".

A polícia disse que houve incidentes antes do jogo, para o qual cerca de 3.000 torcedores do Maccabi viajaram para Amsterdã, e que 62 suspeitos foram detidos após a partida, quando manifestantes pró-palestinos tentaram chegar à Johan Cruyff Arena, apesar de a cidade ter proibido um protesto no local. Dez permaneciam sob custódia na sexta-feira.

De acordo com a polícia, os torcedores haviam deixado o estádio sem incidentes após a partida da Liga Europa, vencida pelo Ajax por 5 x 0, mas os confrontos eclodiram durante a noite no centro da cidade.

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