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Torcedores são atacados por grupo pró-Palesina em Amsterdã e Israel denuncia antissemitismo

Polícia faz controle de áreas do lado de fora de estádio após partida entre Ajax Amsterdam e Maccabi Tel Aviv - Jeroen Jumelet /7.nov.2024-ANP
Polícia faz controle de áreas do lado de fora de estádio após partida entre Ajax Amsterdam e Maccabi Tel Aviv Imagem: Jeroen Jumelet /7.nov.2024-ANP

08/11/2024 07h01

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta sexta-feira (8) o envio de dois aviões de resgate para Amsterdã, na Holanda, após um "incidente violento" envolvendo torcedores israelenses, que deixou dezenas de detidos e cinco pessoas hospitalizadas. Segundo o premiê, os torcedores foram alvo "de um ataque antissemita premeditado". O primeiro avião já decolou do aeroporto de Ben Gourion, em Tel Aviv, e deve chegar a Amsterdã no início da tarde.

Os torcedores israelenses foram agredidos após o jogo entre as equipes do Ajax de Amsterdã e Maccabi Tel Aviv, pela Liga Europa, que aconteceu nesta quinta-feira (7) na cidade holandesa. O presidente israelense Isaac Herzog comparou as imagens que circularam pelas redes sociais ao ataque do grupo Hamas de 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

"Assistimos com horror às imagens e vídeos chocantes que esperávamos nunca mais rever desde 7 de outubro e que mostra um ataque antissemita contra torcedores do Maccabi Tel Aviv e cidadãos israelenses, no coração de Amsterdã", escreveu Herzog em uma mensagem publicada na rede X, nesta sexta-feira (8).

O Ministério da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, pediu aos cidadãos israelenses que permaneçam em seus quartos de hotel após os ataques.

"Os torcedores de uma partida de futebol foram vítimas do antissemitismo e atacados com crueldade, de uma maneira inimaginável, simplesmente porque eram judeus e israelenses", disse o ministro.

O novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, viajará ainda nesta sexta-feira para Amsterdã para uma "visita diplomática urgente", anunciou seu gabinete. Na rede social X, o ele denunciou "terríveis ataques terroristas bárbaros e antissemitas" que "são um sinal de alarme para a Europa e para o mundo inteiro".

O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, considerou os "ataques antissemitas contra israelenses" em Amsterdã "inaceitáveis", em uma mensagem postada em sua conta X. Os autores desses atos serão processados, disse ele. "Acompanhei as notícias de Amsterdã com 'nojo'", escreveu ele em uma rede social.

"Estou em contato com todos os envolvidos" e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, "insistiu que os autores desses atos devem ser detidos e indiciados", disse Schoof, acrescentando que a situação voltou ao normal na capital holandesa.

Durante uma conversa pelo telefone com o premiê Dick Schoof, Netanyahu também pediu maior segurança para a comunidade judaica na Holanda, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.

Incidente deixou 62 detidos

De acordo com a polícia holandesa, 62 pessoas foram detidas após a partida e cinco foram hospitalizadas. Manifestantes pró-palestinos foram até o estádio Johan Cruyff, onde acontecia o jogo, apesar da proibição de protestos no local, e atacaram os torcedores israelenses, como mostram diversos vídeos publicados nas redes sociais.

Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade (PVV), da coalizão governamental, condenou a ação. "É vergonhoso que isso esteja acontecendo na Holanda. Totalmente inaceitável", escreveu o líder de extrema-direita no X.

Segundo o jornal israelense Haaretz, cerca de 3.000 torcedores israelenses fizeram a viagem para assistir o jogo e doze ficaram feridos pelos manifestantes. De acordo com as autoridades, alguns torcedores conseguiram deixar o estádio sem problemas, mas confrontos foram relatados durante à noite no centro da capital holandesa.

A partida válida pela quarta rodada da Liga Europa terminou com uma vitória de 5 a 0 do Ajax Amsterdam sobre o Maccabi Tel Aviv.

Jogo na França sob tensão

A seleção masculina de futebol da França recebe Israel na próxima quinta-feira (14) pela Liga das Nações, no Stade de France. Na segunda-feira, manifestantes pró-palestinos protestaram breve e pacificamente na sede da Federação Francesa de Futebol em Paris, exigindo o cancelamento da partida.

O presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Philippe Diallo, e o diretor-geral do clube parisiense Victoriano Melero participam na manhã desta sexta-feira de uma reunião no Ministério do Interior.

A direita e a extrema direita francesas condenaram na sexta-feira "a violência antissemita" contra torcedores israelenses em Amsterdã. O partido de esquerda A França Insubmissa pediu o cancelamento da partida entre França e Israel.

"Devemos ser implacáveis diante da violência antissemita que mancha e desonra a Europa", escreveu a líder do partido Reunião Nacional na Assembleia francesa, Marine Le Pen, no X. "O ódio aos judeus está se espalhando como fogo em vários países europeus, carregado pela retórica inflamatória da extrema esquerda", acrescentou.

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, denunciou "atos bárbaros" de "puro antissemitismo" e pediu ao ministro do Interior, Bruno Retailleau, "que seja extremamente vigilante para o jogo França-Israel".

(Com informações da AFP)

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