Empresário morto no aeroporto de Guarulhos escapou de atentado no Natal
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto no aeroporto de Guarulhos (SP) nesta sexta-feira (8), escapou de um atentado a tiros no prédio onde ele morava no Jardim Anália Franco, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, no Natal de 2023. Gritzbach era ameaçado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e pivô de uma guerra interna na facção criminosa.
O que aconteceu
Atirador disparou contra uma janela do apartamento. Gritzbach passava o Natal com os pais, filhos e tios na residência.
De acordo com os relatos, no final da tarde de Natal, o empresário se encontrava na sala do imóvel de luxo, ao lado da família. À época, segundo a coluna de Josmar Jozino no UOL, o advogado de Gritzbach, Ivelson Salotto, disse que o cliente estava ao lado da mãe e se aproximou da janela fazer uma filmagem com o telefone celular. Neste momento foi feito o disparo. A bala estilhaçou os vidros da janela. Ninguém se feriu.
Policiais civis do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) estiveram no local do disparo com peritos. As autoridades acreditam que o tiro partiu de um prédio vizinho, de cima para baixo, e têm os nomes de alguns suspeitos de ordenar o atentado. Não há informações sobre o andamento da investigação do atentado contra o empresário.
Assassinato
Um ataque a tiros deixou um morto e ao menos três feridos na tarde desta sexta-feira (8) no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. A vítima foi identificada como o Gritzbach, ameaçado de morte pelo PCC (Primeiro comando da Capital).
À coluna, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e a Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) investigam as circunstâncias do homicídio. "Mais informações serão divulgadas ao término do registro da ocorrência", disse a pasta. O número de feridos foi confirmado pela delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram ao menos um baleado na pista que dá acesso ao desembarque do aeroporto, e outro dentro do aeroporto. Não há detalhes do estado de saúde dos outros feridos na ação.
A concessionária do aeroporto disse à coluna que a "polícia foi prontamente acionada, assim como a equipe médica do aeroporto [para o atendimento da ocorrência]". "Mais informações podem ser obtidas com autoridades policiais", concluiu.
A polícia investiga se ele foi assassinado a mando do PCC, mas não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários inimigos agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Acusações contra empresário
Vinícius e o agente penitenciário David Moreira da Silva, 38, foram acusados pelo MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo), pelos assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue.
Eles foram mortos a tiros às 12h10 de 27 de dezembro de 2021 em frente ao número 110 da rua Armindo Guaraná, no Tatuapé, zona leste paulista. Noé Alves Schaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado em 16 de janeiro de 2022, no mesmo bairro.
Segundo o MPSP, Cara Preta era um integrante influente do PCC e envolvido com o tráfico internacional de drogas e outros delitos. Já Sem Sangue era o motorista e braço direito dele. O empresário e o agente penitenciário chegaram a ficar presos e foram denunciados à Justiça pelo crime, mas respondiam o processo em liberdade.
Vinícius deixou a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP) pela porta da frente, em 7 de junho de 2023, usando tornozeleira eletrônica. A defesa dele temia pela vida do cliente e dizia que se ele ficasse segregado poderia morrer na prisão por integrantes do PCC.
Os advogados de Vinícius disseram à coluna que os verdadeiros culpados pelas mortes de Anselmo e Antônio Corona foram arrolados como testemunhas de acusação do empresário. Na denúncia oferecida contra os dois acusados, O MPSP diz que Vinícius trabalhava com imóveis e operações com bitcoins e, após conhecer Cara Preta, passou a realizar negócios com ele e fazer investimentos para a vítima.
Conforme o MPSP, Cara Preta suspeitou que o empresário estava subtraindo parte dos valores investidos por ele e começou a cobrá-lo e a exigir a prestação de contas das operações realizadas e também a devolução do dinheiro.
Gritzbach sempre negou envolvimento nos assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue e disse ser vítima também. Os advogados dele afirmam que o cliente é inocente de todas as acusações e que isso será devidamente comprovado durante o curso processual. David ficou preso em um CDP (Centro de Detenção Provisória) na Grande São Paulo e também foi solto. O advogado dele, Rodrigo Fonseca, afirmou que o cliente é inocente de todas as acusações, é primário, tem endereço e também trabalho fixos.