Brasil espera que declaração final da cúpula do G20 no Rio reflita esforços pela paz e reformas globais
Enquanto costuram uma saída de consenso para o texto final sobre a turbulenta situação geopolítica mundial, os países do G20 apostam num comunicado final a ser aprovado pelos líderes que desembarcam no Rio de Janeiro na próxima semana para a reunião cúpula que reflita os avanços e conquistas ao longo de um ano da presidência brasileira do bloco.
Vivian Oswald, correspondente da RFI
Em briefing à imprensa sobre a cúpula do G20, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Mauricio Lyrio, Sherpa do Brasil, destacou que a declaração de líderes é fundamental, mas que é a "coroação" dos resultados práticos obtidos aqui aqui como pediu o presidente Lula. "O conjunto da obra deve ser lido", disse.
Lyrio avalia que os 41 documentos de trabalho, entre eles as declarações ministeriais, aprovadas por consenso até aqui, já são resultados da presidência brasileira. Uma das maiores vitórias do G20 do Brasil, na avaliação do governo, é a criação da Aliança Global contra a Fome e Pobreza, a ser lançada oficialmente no primeiro dia da cúpula. O programa teve adesão dos principais países do mundo, entre eles os Estados Unidos, bancos multilaterais e instituições filantrópicas.
A aliança, que terá secretariado na FAO para o período de 2025 a 2030, seguirá aberta para novas adesões. "É uma grande iniciativa para acelerar as metas", disse.
A ideia do Brasil é que os parágrafos do comunicado final devem ser simples e ir direto ao ponto, pedindo paz. O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Mauricio Lyrio, afirmou que é preciso paz para que agenda se concentre em decisões financeiras e políticas para questões globais. Durante briefing à imprensa sobre a cúpula do G20, disse que conflitos sugam recursos importantes.
A cúpula do G20 no Rio terá representantes de 55 países e organismos internacionais.
A chegada dos líderes no Museu de Arte Moderna (MAM), onde se concentrará a maior parte da programação, está prevista para o período de 8h30 às 10h. Eles serão recebidos pelo presidente Lula e a primeira-dama.
Os dois dias da cúpula serão organizados em três sessões substantivas, uma para cada prioridade da presidência brasileira do grupo. A primeira acontece na manhã do dia 18 será sobre inclusão social e luta contra a fome a pobreza.
Na ocasião acontece o lançamento da Aliança. Em seguida, está previsto almoço de trabalho, antes da sessão da tarde sobre reformas da governança global. No final do dia, Lula e Janja aos participantes da cúpula oferecem uma recepção aos presentes no MAM.
No dia seguinte, pela manhã, a primeira sessão será sobre desenvolvimentos sustentável e transição enérgica. Em seguida, acontece a sessão de encerramento e transmissão do bastão para a África do Sul, que recebe a presidência do G20, que começa a valer a partir de 30 de novembro.
Para a parte de terça-feira, estão previstas reuniões bilaterais de Lula com os chefes de Estado e de governo que pediram encontro. Segundo Lyrio, praticamente todos pediram encontros com Lula.
A agenda do presidente brasileiro ainda não foi fechada. Por enquanto, está confirmada a reunião com o americano Joe Biden, que garantiu ontem presença na cúpula. Vladimir Putin é dos poucos líderes que não estará presente. Em seu lugar, virá o chanceler russo Sergei Lavrov.
No dia 16/11, Lula ainda participa do encerramento do G20 Social no Rio, que acontece antes da cúpula de líderes.