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Revista francesa vê isolamento da União Europeia aumentar com retorno de Trump à Casa Branca

07/11/2024 12h40

As revistas semanais francesas analisam o impacto do retorno de Donald Trump à Casa Branca. Para a União Europeia (UE), as perspectivas para os próximos anos são sombrias. Em seu editorial, a revista L'Express vê a Europa cada vez mais isolada diante da concorrência estabelecida no andar de cima, entre a China e os Estados Unidos. 

As revistas semanais francesas analisam o impacto do retorno de Donald Trump à Casa Branca. Para a União Europeia (UE), as perspectivas para os próximos anos são sombrias. Em seu editorial, a revista L'Express vê a Europa cada vez mais isolada diante da concorrência estabelecida no andar de cima, entre a China e os Estados Unidos. 

Na avaliação da revista, a volta de Trump representa o retorno do protecionismo e da guerra comercial com todas as regiões do mundo para manter os Estados Unidos em sua posição de primeira potência mundial. "O planeta gira e a Europa observa", lamenta a L'Express. "O bloco engasga no momento em que os desafios são cada vez mais importantes", constata a revista. 

Segundo o editorial, só existe uma saída: a União Europeia deve assumir definitivamente sua posição de potência, sem contar com os Estados Unidos, e acreditar em seus pontos fortes, seus valores e sua atratividade. A diversidade dos 27 países e seus 450 milhões de habitantes deve ser explorada como "uma oportunidade num mundo de inovação e em mudança", enfatiza a publicação.

A revista Le Nouvel Obs publica uma análise da socióloga e cientista política Marie-Cécile Naves, diretora de pesquisas no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), sobre "o populismo de segunda geração proposto por Trump e suas consequências planetárias".

De acordo com a especialista, o programa "Make America Great Again" (Maga) "prospera no terreno do apocalipse e da violência verbal". Insulto e maldade são a norma. Trump oscila entre liberdades ilimitadas (de expressão, de negócios) e autoritarismo (na circulação de pessoas, no acesso à saúde, no direito de dispor do próprio corpo etc.), sem se preocupar com contradições.

Nos Estados Unidos, a brutalidade se torna o remédio para defender o país da concorrência "hostil" que vem do exterior, como martela o republicano a seus eleitores. Este fenômeno populista de inimigo externo é global e uma questão geopolítica, conclui o artigo.

Kamala Harris perdeu por repetir estratégia ultrapassada

Em seu editorial, a revista Le Point atribui a derrota de Kamala Harris à própria candidata e à esquerda americana, que repetiu a mesma estratégia de Hillary Clinton, em 2016 . "O mesmo moralismo, o mesmo apoio de todas as elites - de Hollywood à quase totalidade da mídia -, o mesmo comunitarismo. Uma estratégia perdedora, que questiona a capacidade de aprendizagem dos democratas", destaca o editorialista.

Para a Le Point, uma das grandes lições desta campanha presidencial americana é que "ao contrário do patriotismo, o comunitarismo já não compensa". A prova, segundo a revista, é que Trump falou sobre os Estados Unidos, não para as minorias, e com isso conquistou eleitores em todas as categorias da população, inclusive entre negros.

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