Putin parabeniza Trump e diz estar pronto para o diálogo
Por Vladimir Soldatkin
SOCHI, Rússia (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou nesta quinta-feira o presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pela vitória na eleição norte-americana, além de tê-lo elogiado pela coragem quando um homem armado tentou assassiná-lo, e afirmou que Moscou está pronta para dialogar com o republicano.
Em seus primeiros comentários públicos desde a vitória de Trump, Putin disse que o presidente-eleito agiu como um homem de verdade durante sua tentativa de assassinato em Butler, na Pensilvânia, em 14 de julho.
"Ele se comportou, na minha opinião, de forma muito correta, de forma corajosa, como um homem de verdade", afirmou Putin em Sochi.
"Aproveito esta oportunidade para parabenizá-lo pela sua eleição."
Putin disse ainda que Trump foi "perseguido por todos os lados" na tumultuada campanha eleitoral, mas que os comentários do republicano sobre a Ucrânia e o restabelecimento das relações com a Rússia merecem atenção.
"O que foi dito sobre o desejo de retomar as relações com a Rússia, de encerrar a crise com a Ucrânia, em minha opinião merece atenção pelo menos", afirmou.
Durante a campanha, Trump afirmou que traria a paz na Ucrânia dentro de 24 horas se fosse eleito, mas não deu detalhes de como encerraria o maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"Eu não sei o que ocorrerá agora. Não faço ideia”, disse o presidente russo.
Perguntado sobre o que faria se Trump telefonasse para sugerir um encontro, Putin disse estar pronto para retomar o contato se o futuro governo Trump quiser, e que poderia conversar com o norte-americano.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta-feira que o líder da Rússia se lembra das palavras de Trump sobre a tentativa de resolver a crise da Ucrânia, mesmo que ele tenha exagerado na velocidade com que poderia fazê-lo.
Questionado sobre a advertência de Kamala Harris de que Putin comeria Trump no almoço, Peskov disse com uma risada: "Putin não come pessoas".
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)