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Lucro da Minerva cai 33,3% e atinge R$ 94,1 milhões no 3º trimestre

São Paulo

07/11/2024 09h05

São Paulo, 7 - A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 94,1 milhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 33,3% em relação aos R$ 141 milhões contabilizados em igual período de 2023, informou a companhia, na quarta-feira, 6, depois do fechamento do mercado financeiro. Também houve queda de 1,4% ante o lucro de R$ 95,4 milhões do segundo trimestre. "A redução no lucro em relação ao terceiro trimestre do ano passado é atribuída ao aumento da dívida bruta, que ocorreu para financiar a aquisição das plantas da Marfrig. Especificamente, houve um impacto financeiro em duas frentes: o pagamento de R$ 1,5 bilhão e a captação de R$ 6 bilhões por meio de um bond, que começou a acumular juros", disse, em entrevista, o CFO da Minerva, Edison Ticle.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 813 milhões no trimestre encerrado em setembro, 13,9% acima dos R$ 713,7 milhões apurados no terceiro trimestre do ano passado e 9,2% mais do que no trimestre anterior. A margem Ebitda ficou em 9,6%, ante 10,1% no terceiro trimestre de 2023 e 9,7% no segundo trimestre deste ano.A receita líquida no período de julho a setembro somou R$ 8,501 bilhões, alta de 20,3% em comparação ao período correspondente de 2023 (R$ 7,068 bilhões) e 10,9% maior do que no segundo trimestre."Esse foi um trimestre muito positivo para nós, em que batemos o recorde de receita líquida em um único trimestre. Também alcançamos um recorde de Ebitda em um único trimestre", afirmou Ticle.A receita bruta da companhia somou R$ 9,043 bilhões no terceiro trimestre, alta de 19,6% na comparação anual e de 10,8% ante o segundo trimestre de 2024. A receita bruta com o mercado externo atingiu R$ 5,453 bilhões, alta de 12% ante igual intervalo de 2023. Já no mercado interno atingiu R$ 3,590 bilhões, avanço anual de 33,4%.A Minerva contabilizou 384,4 mil toneladas de carne vendidas no terceiro trimestre, 15,2% acima do igual período do ano passado e 6% mais do que no segundo trimestre. O abate total, de 1,096 milhão de animais, cresceu 16,9% na comparação anual e recuou 0,3% ante o segundo trimestre.O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,6 vezes, inferior a um ano antes, quando era de 2,8 vezes. "É importante lembrar que, no resultado financeiro, estamos carregando toda a despesa referente à dívida que tomamos para pagar a Marfrig, sem ainda usufruir de nenhum benefício operacional, seja em fluxo de caixa ou Ebitda", acrescentou Ticle, em referência à aquisição de 13 plantas produtivas e um centro de distribuição da Marfrig.Protecionismo dos EUAA Minerva não trabalha com a perspectiva de que eventuais políticas protecionistas adotadas por Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, afetem o setor de carne bovina. Para o CFO da companhia, Edison Ticle, a oferta restrita de bovinos no país, com alta dos preços da proteína, afasta essa possibilidade. "A situação dos preços elevados da carne nos EUA deve se manter até que o ciclo de produção vire novamente, o que é esperado apenas para 2028, reforçando a perspectiva de que os Estados Unidos continuarão demandando importações de carne bovina no médio prazo", afirmou Ticle.A presença da Minerva em diferentes países da América do Sul também reduziria os riscos de a companhia ser afetada por fatores ideológicos que influenciem as relações comerciais dos Estados Unidos. "A diversificação da companhia nos permite operar com segurança nesse contexto", disse o CEO Fernando Queiroz. Ele lembrou que a Minerva tem forte presença na Argentina, país com um governo mais alinhado a Trump. A companhia tem seis unidades no país.Os executivos também ressaltaram que as tensões entre EUA e China podem beneficiar fornecedores neutros da América Latina. Eles projetaram que o protecionismo norte-americano deve incidir mais sobre setores como automóveis e eletrônicos, particularmente os de origem chinesa, do que sobre a carne bovina."Se os EUA aplicarem retaliações nesses setores, isso poderia abrir oportunidades em mercados em que os norte-americanos enfrentariam restrições, o que indiretamente beneficiaria a competitividade da carne brasileira em outros destinos", conclui Ticle.

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