Siemens investe em automação na indústria e tem áreas brazucas, diz Fava
O argentino Pablo Fava, presidente da Siemens Brasil, diz que existem áreas 'brazucas' dentro da companhia, como a de pesquisa e desenvolvimento para o mercado de processamento de carnes e um centro de pesquisa de redes elétricas. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
"Pesquisa e desenvolvimento, a gente faz aqui também para o mundo, como para o mercado de processamento de carnes. O Brasil é o grande processador no mundo. Então, a pesquisa e desenvolvimento se concentra aqui no Brasil. Para redes elétricas, aquela smart grid, aquela inteligência na rede elétrica, nós temos um centro de pesquisas também em Curitiba. Fazemos isso para o mundo todo e, recentemente, estabelecemos um centro para desenvolvimento de softwares para inteligência predial", afirma.
A Siemens tem investimentos em outras empresas. "Nós temos uma operação que se chama Siemens Participações, onde fazemos equity em algumas empresas bem interessantes. Uma que trabalha com área solar, energy solar service, chamada Brazou, e também em outra que se chama Micropower, que são bancos de bateria de grande porte", diz ele.
São de alguma forma negócios típicos do Brasil.
Pablo Fava, presidente da Siemens Brasil
A Siemens tem sede em Munique (Alemanha). É uma empresa global de tecnologia que atua nos setores de indústria, infraestrutura, transportes e saúde. Atualmente, está presente em 190 países. A empresa alemã se instalou definitivamente no Brasil em 1905, ao criar a Cia. Brasileira de Electricidade Siemens-Schuckertwerke, com sede no Rio de Janeiro. Mas as atividades da Siemens no Brasil haviam sido iniciadas em 1867, com a instalação da primeira linha telegráfica do país, que ligava o Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.
Automação na indústria e outras áreas
Na entrevista, Fava diz que a automação na indústria é um dos xodós da empresa. "A gente é muito forte aqui no Brasil. Nós atuamos tanto em indústrias de manufatura quanto em indústrias de processo. Quando falo em manufatura, uma produção de um carro, uma indústria eletrônica é manufatura. Já uma indústria de processo é uma planta química, uma petroquímica e demais", afirma.
Outra tecnologia da Siemens é para controle de incêndio em edifícios. "A automatização dos prédios nos permite ajudar o nosso cliente a ser mais sustentável", diz. A divisão de Tecnologia Prediais (Building Technologies) da Siemens contribui para a criação de edifícios e infraestrutura inteligentes, com eficiência energética, segurança e proteção, de acordo com a empresa.
A gente tem os carregadores elétricos para os veículos elétricos e também tudo que está por trás, as subestações e também o controle da rede elétrica. [...]. Uma bateria carregada pode estar entregando energia alínea em um momento de necessidade de demanda, e alguém tem que administrar isso. A Siemens sabe fazer isso muito bem.
Pablo Fava, presidente da Siemens Brasil
A Siemens Mobility, uma empresa do Grupo Siemens, atua principalmente na eletrificação no Brasil. "Fora do Brasil, atua em eletrificação e também nos trens de alta velocidade, trens de cidades", diz ele.
Equipamentos da área de saúde estão no foco de outra empresa do Grupo Siemens. "Nós temos uma outra empresa irmã que se chama Siemens Healthineers, que trabalha muito com hospitais. Todos devem conhecer os equipamentos da Siemens, tomografia, ressonância magnética. Seguramente, alguém quando foi em algum hospital, já viu algum equipamento da Siemens", afirma.
Transformação digital
Fava afirma que a transformação digital pode ser uma alavanca de inclusão no mundo. "Que a transformação digital seja um vetor de inclusão social", declara ele, na entrevista.
Ele falou sobre os pilares que o B20 apresentou ao G20, para a transformação digital. O B20 é o braço de negócios do G20 (que reúne os países com as maiores economias do mundo).
Um dos pilares é a conectividade segura e disponível para todos. "A possibilidade de uma pessoa estar conectada permite a ela ter voz. Que se não tem conexão, ela praticamente hoje no mundo é como se não existisse", declara.
Brasil poderá ser o centro industrial sustentável
Fava diz que o Brasil tem uma "oportunidade gigante nas mãos de ser o centro industrial sustentável do mundo". "Ninguém está no patamar que a gente está. Provavelmente muitos países vão chegar ao longo do tempo. Mas essa eletrificação totalmente sustentável, hoje nós temos que aproveitá-la", afirma.
O Brasil está recebendo investimentos. Nós hoje temos energia disponível, mas precisamos cada vez mais investimentos desse tipo para conseguir trazer mais agregação de valor no Brasil. E tem que ser sustentável. Então esse marco [regulação do mercado de carbono] nos ajudaria muito a promover investimentos.
Pablo Fava, presidente da Siemens Brasil