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Colômbia e ELN decidem retomar processo de paz após encontro em Caracas

Gustavo Petro, presidente da Colômbia - REUTERS/Luisa Gonzalez
Gustavo Petro, presidente da Colômbia Imagem: REUTERS/Luisa Gonzalez

07/11/2024 12h55Atualizada em 07/11/2024 13h54

O governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) concordaram em retomar em dez dias o processo de diálogo de paz paralisado desde setembro, após uma reunião que terminou nesta quinta-feira (7) em Caracas, informaram em um comunicado conjunto.

"Para continuar o trabalho da Mesa de Diálogos para a Paz decidimos que, uma vez feitas as consultas necessárias, nos reuniremos de 19 a 25 de novembro", indica o texto, que se compromete a "fortalecer esta mesa como órgão de negociação e decisão".

O processo de paz entre os guerrilheiros do ELN e o governo colombiano foi suspenso em setembro por decisão do presidente Gustavo Petro, em reação a um ataque desse grupo marxista-leninista contra uma base militar que deixou três soldados mortos e 28 feridos.

As partes se reuniram novamente em Caracas, de sábado até quinta-feira, em caráter privado.

"Examinamos de maneira franca e profunda a relevância do processo para a Colômbia, seus avanços, conquistas e perspectivas, assim como suas dificuldades", disse o comunicado.

Não está claro onde será a próxima reunião.

Pablo Beltran, negociador-chefe do ELN, disse à rádio colombiana Caracol que a reunião de Caracas é "um primeiro passo para sair do que chamamos de congelamento da mesa".

"Dizemos que nos reunimos, resolvemos alguns problemas, mas não outros, estamos indo a consultas para ver como podemos desatar os nós e nos reuniremos novamente muito em breve para continuar com isso, para superar os problemas", acrescentou.

O diálogo com o ELN foi realizado no México, em Cuba e na Venezuela. A última reunião anterior em Caracas entre as partes foi em maio.

O ELN, em armas desde 1964, intensificou sua ofensiva no início de agosto, quando decidiu não retomar uma trégua que estava em vigor desde 2023. As forças militares também retomaram as operações contra os rebeldes.

Petro, o primeiro presidente esquerdista da Colômbia, tenta neutralizar o conflito armado de seis décadas, mantendo conversas com vários guerrilheiros e facções criminosas. Ele enfrenta críticas da oposição, que relata uma deterioração na segurança pública.

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