Jair Bolsonaro deve conseguir a liberação de seu passaporte para comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos, afirmou Gilson Machado, ministro do Turismo do Brasil na gestão do ex-presidente, no UOL News desta quinta (7)
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negou recentemente, por unanimidade, a liberação do passaporte por risco de fuga. O relator da ação era o ministro Alexandre de Moraes.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro deste ano como medida cautelar na operação que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em entrevista à coluna da Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse que vai pedir ao STF a devolução do passaporte para ir à posse de Trump, mas Machado acredita que um peticionamento talvez nem seja necessário.
Eu acho que é hora da gente esfriar os ânimos aqui no Brasil. É hora da gente rever tudo. A política mundial, a geopolítica está mudando. E eu acho que talvez ele [Bolsonaro] não precise nem peticionar isso dali. Acho que o ministro Alexandre tem o sentimento de justiça de que o presidente Bolsonaro merece ter o passaporte dele de volta.
Ele [Bolsonaro] vai ser, sim, convidado pelo presidente Trump ainda [para a posse]. O presidente Trump não convidou nenhuma autoridade ainda para posse dele. Mas eu não tenho dúvida de que ele [Bolsonaro] vai ser convidado, como ele foi convidado para estar na apuração conosco no dia da eleição. Ele foi convidado pelo presidente Trump e não pôde ir e mandou o filho [Eduardo Bolsonaro].
Então, isso daí, eu não tenho dúvida que a gente vai ter o presidente Bolsonaro, vai ter a paz no Brasil, vai ter o Brasil de volta, com os Estados Unidos cada vez mais fortes e recuperando também toda a América Latina e a América do Sul.
Gilson Machado, ex-ministro do Turismo
Sakamoto: Derrite tenta acusar quando deveria explicar morte de menino
O secretário de Segurança Pública do Governo de São Paulo, Guilherme Derrite, acusa opositores de "vitimismo barato" ao invés de explicar a morte de uma criança de 4 anos provocada pela ação da Polícia Militar de SP, analisou o colunista Leonardo Sakamoto ao UOL News.
Ryan da Silva Andrade Santos e o adolescente Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17, foram mortos em Santos na terça-feira (5). Derrite foi questionado pela codeputada estadual Paula Nunes (PSOL), da Bancada Feminista, sobre o caso. Ele respondeu que a deputada fazia "vitimismo barato" e que usava a morte da criança como "palanque político". Para Sakamoto, a política estadual de segurança pública tem focado pouco em ações de inteligência.
O secretário é um homem muito inteligente. Ele fez, na verdade, um twist. Ao invés de ele se explicar, ele jogou para parcelar: "A senhora que está errada, a senhora que está acusando". Ele tentou fugir da resposta acusando a deputada. Ele tenta acusar na hora de ser acusado. Ele tem é que se explicar, porque esse sangue da criança hoje está na mão da Polícia Militar.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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Josias: Bolsonaro faz aceno para Moraes ao falar de Temer como vice
Jair Bolsonaro manda um recado direto a Alexandre de Moraes ao citar a possibilidade de ter Michel Temer como seu vice em uma hipotética chapa para a disputa presidencial de 2026, disse o colunista Josias de Souza mais cedo ao UOL News.
O objetivo do Bolsonaro é muito claro. Moraes é muito amigo do Temer. Então, quando Bolsonaro diz 'se eu fosse candidato, o Temer seria uma hipótese de vice' e a admite, ele está fazendo um aceno para Moraes: 'Olha como sou bonzinho e contemporizador; posso colocar como vice um amigo seu'.
Temer é um político das antigas, daqueles tecelões que articulam nos bastidores. O estilo é a antítese de tudo o que é representado pelo Bolsonaro em termos de política. Bolsonaro é de chutar o balde; Temer, de costurar nos bastidores.
Josias de Souza, colunista do UOL
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Jamil: Trump pode pressionar Brasil para articular extrema direita mundial
Caso Donald Trump ponha em prática sua intenção de articular a extrema direita mundial em seu retorno à Casa Branca e inclua Jair Bolsonaro nesse plano, o Brasil ficará sob pressão, afirmou o colunista Jamil Chade no UOL News.
Trump só vai ajudar [Bolsonaro] se ganhar alguma coisa com isso. Já vimos isso no primeiro mandato dele e ao longo de sua carreira política e empresarial. Ele não faz nada por solidariedade; a questão é se isso se reverterá em algum tipo de benefício para ele ou para seu movimento de ultradireita.
Trump não é conservador e nem um político de direita, como são Angela Merkel [ex-chanceler da Alemanha] e Emmanuel Macron [presidente da França]. Sabemos que há nos planos dos conselheiros de Trump uma intenção absolutamente clara de fortalecer a extrema direita mundial e de colocar a Casa Branca como epicentro dessa coordenação.
Portanto, se houver algum tipo de interesse por parte de Trump para um fortalecimento da extrema direita no Brasil passando por Bolsonaro, não descarto de forma alguma que haja algum tipo de pressão sobre o Brasil.
Jamil Chade, colunista do UOL
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