Banco da Inglaterra reduz juros mas prevê inflação mais alta após orçamento de Reeves
Por Andy Bruce e Suban Abdulla e David Milliken
LONDRES (Reuters) - - O Banco da Inglaterra cortou a taxa de juros nesta quinta-feira apenas pela segunda vez desde 2020 e disse que as reduções futuras provavelmente serão graduais, vendo inflação e crescimento mais altos após o primeiro orçamento do novo governo.
O Comitê de Política Monetária votou por 8 a 1 para reduzir a taxa de juros de 5% para 4,75%, uma maioria mais forte do que as expectativas em uma pesquisa da Reuters de 7 a 2 a favor de um corte. Catherine Mann discordou, preferindo manutenção dos juros.
"Precisamos garantir que a inflação permaneça próxima da meta, portanto não podemos cortar a taxa de juros muito rapidamente ou em demasia", disse o presidente do banco central, Andrew Bailey, em um comunicado.
"Mas, se a economia evoluir como esperamos, é provável que a taxa de juros continue a cair gradualmente a partir de agora", acrescentou ele, repetindo sua linguagem após a reunião de setembro.
O Banco da Inglaterra previu que o orçamento da ministra das Finanças, Rachel Reeves, na semana passada - que envolve grandes aumentos de impostos, gastos e empréstimos - aumentará o tamanho da economia britânica em cerca de 0,75% no próximo ano, mas dificilmente melhorará as taxas de crescimento anual em dois ou três anos.
Seu plano provavelmente acrescentará pouco menos de 0,5 ponto percentual à taxa de inflação em seu pico em pouco mais de dois anos, disse o banco central, fazendo com que a inflação demore mais um ano para retornar de forma sustentável à meta de 2%.
O Banco da Inglaterra não se referiu à vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, que provocou uma grande redução nas apostas de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros de forma agressiva.
Na quarta-feira, os mercados financeiros estavam precificando entre dois e três cortes de juros pelo Banco da Inglaterra em 2025 - em comparação com cerca de quatro antes do orçamento.
O Banco da Inglaterra disse que a inflação provavelmente aumentará para cerca de 2,5% até o final deste ano, de 1,7% em setembro, e atingirá 2,7% até o final do próximo ano, antes de cair gradualmente abaixo de sua meta de 2% até o fim da previsão de três anos.
Embora o Banco da Inglaterra tenha rebaixado sua previsão de crescimento econômico médio para este ano de 1,25% para 1%, refletindo as recentes revisões do crescimento passado, ele elevou sua previsão para 2025 de 1% para 1,5%.
"Isso reflete as trajetórias mais fortes, e relativamente adiantadas, do consumo e do investimento do governo, mais do que compensando o impacto sobre o crescimento de impostos mais altos", disse o banco central.