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Como Trump afeta Bolsas estrangeiras, criptomoedas e ativos internacionais?

Donald Trump e J. D. Vance durante discurso da vitória - AP Photo/Evan Vucci
Donald Trump e J. D. Vance durante discurso da vitória Imagem: AP Photo/Evan Vucci
do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

06/11/2024 09h55

Após o republicano Donald Trump reivindicar vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos, mercados americanos e internacionais já começaram a reagir.

O índice S&P 500 — que representa ações das 500 maiores empresas americanas — deve atingir a máxima recorde nesta quarta-feira (6). Os rendimentos dos Treasuries (Tesouro americano) também subiram, enquanto o bitcoin alcançou pico recorde. A cotação do dólar internacionalmente subiu.

O que está acontecendo?

Assim que abriram, às 10h, as Bolsas americanas já estavam disparando por conta da vitória de Trump. O Dow Jones tinha, nos primeiros minutos, alta de 1%. O Russel 2000, que representa ações de empresas americanas em crescimento (small caps), saltava para mais de 2%.

As empresas mais voltadas para o mercado doméstico americano se beneficiam porque ele promete uma menor regulação e um regime de mais liberdade de ação para elas. Além disso, elas são favorecidas pelas possíveis tarifas de importação que Trump quer impor

William Castro Alves, sócio e estrategista chefe da Avenue, especializada em investimentos nos EUA

Já o Bitcoin vem alcançando nesta quarta suas maiores cotações. Pela manhã superou os US$ 77,81 mil (R$ 450 mil) na máxima do dia. A princípio, o republicano era contra as moedas digitais. Chegou a dizer que eram "uma farsa", que "não são dinheiro", que eram "baseadas no ar", além de fomentarem o comércio de drogas e outras atividades ilegais. Mas ao escalar o senador James David Vance, que é investidor de Bitcoin e aceitar doações do bilionário Elon Musk, homem mais rico do mundo e entusiasta dos ativos digitais, ele mudou de ideia.

Mas há o lado ruim. A alta do Treasuries mostra que o mercado americano já projeta uma subida nos juros. Hoje, por volta de 15h, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), divulga sua nova taxa de juros. Em seguida, Jerome Powell, presidente do Fed, discursa e é esperado que ele comente a vitória de Trump. Analistas entendem que os planos de Trump para restringir a imigração, cortes de impostos e tarifas abrangentes, se promulgados, pressionariam a inflação.

Também aumenta o risco fiscal. "Os governos republicanos têm essa característica de cortar impostos", explica Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos. Por isso, pode ser necessário subir novamente as taxas para conter essa pressão inflacionária.

Com Reuters

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