Trump reivindica vitória em eleição nos EUA após vencer nos estados da Pensilvânia e Geórgia
O líder republicano Donald Trump tem 266 votos no Colégio Eleitoral e a democrata Kamala Harris soma 195 nas eleições presidenciais de terça-feira (5) nos Estados Unidos, segundo projeções da imprensa americana. Com o anúncio dos últimos resultados, Trump está na frente em mais da metade dos 50 estados do país, incluindo os estados-pêndulo da Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia, além de Texas e Ohio.
Harris, por sua vez, conquistou até o momento 15 estados, com destaque para a Califórnia e Nova York, além da capital dos EUA, Washington DC. Para ser presidente nos Estados Unidos, não basta ter mais votos que o adversário. É preciso obter 270 votos no Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados que, teoricamente, devem respeitar a vontade popular. Os "grandes eleitores" nomearão formalmente o novo presidente em 17 de dezembro.
Além de estar na frente na apuração para a presidência, o Partido Republicano retomou o controle do Senado dos democratas, alterando o equilíbrio de poder no Congresso, essencial para a aprovação de reformas.
Observadores esperavam que a acirrada disputa pela Casa Branca se concentrasse em alguns estados-chave. A Fox News, o canal favorito dos conservadores, declarou o ex-presidente republicano, de 78 anos, vencedor. Os demais veículos aguardam resultados definitivos.
Antes mesmo da confirmação, em um discurso em West Palm Beach, Flórida, Trump reivindicou uma "vitória política nunca vista antes nos EUA". "Fizemos história", proclamou ele aos seus partidários. "Vamos ajudar o nosso país a se curar", acrescentou o republicano.
O presidente francês, Emmanuel Macron, parabenizou Trump e disse estar "pronto para trabalhar com o republicano, com respeito e ambição".
A China espera uma "coexistência pacífica" com os Estados Unidos, declarou nesta quarta-feira (6) uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, enquanto Donald Trump estava à beira da vitória nas eleições presidenciais.
"Continuaremos focando e administrando as relações entre China e Estados Unidos com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação benéfica para todos", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.
Segundo o jornal The New York Times, que criou uma ferramenta digital para contabilizar os votos nas eleições em tempo real, Trump tem mais de 95% de chances de vencer.
Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia foram os primeiros dos sete estados-pêndulos a anunciar seus resultados e a vitória do candidato republicano. Na eleição mais acirrada da história contemporânea dos EUA, todas as atenções agora se voltam para Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada.
Ainda não se sabe se os resultados finais serão conhecidos cedo nesta quarta-feira. Não houve surpresas no restante dos estados, que tradicionalmente costumam se dividir entre democratas e republicanos.
Trump acumulou vitórias nos redutos republicanos da Flórida e do Texas, enquanto Kamala venceu em Nova York, Califórnia e na capital, Washington.
Congresso em jogo
A chefe de campanha de Kamala Harris, Jen O'Malley Dillon, havia reconhecido que o "caminho mais claro" para atingir os 270 votos passava por Wisconsin, Pensilvânia e Michigan, a chamada "Muralha Azul".
Também está em jogo o controle do Congresso, com a renovação dos 435 assentos da Câmara dos Representantes e de 34 das 100 cadeiras no Senado, além de várias disputas para governador. Os republicanos conseguiram duas novas cadeiras no Senado, o que garante a maioria do partido na Câmara Alta, essencial para a aprovação de reformas.
Alguns estados também realizam referendos sobre o polêmico tema do direito ao aborto. Na Flórida, uma consulta para suspender as restrições à interrupção da gravidez foi rejeitada.
Tensão
"Esta eleição é muito tensa e pode ser o dia mais importante na história de nosso país, porque pode ser o dia em que nosso país vai acabar, ou o dia em que nosso país vai começar a prosperar por mais 100 anos", opinou Will Staten, de 18 anos, presente no Centro de Convenções do Condado de Palm Beach, na Flórida, pouco antes do discurso de Trump.
Na Universidade Howard de Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, milhares de pessoas se reuniram para escutar Harris, mas a campanha da candidata informou que ela não se pronunciaria esta noite. A alegria inicial dos eleitores da democrata se transformou rapidamente em preocupação.
"Agora estou com medo, estou ansiosa. Nem consigo mexer as pernas", disse Charlyn Anderson.
Independentemente do vencedor, o resultado será histórico. Trump conquistaria um segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893, e Harris, negra e de ascendência sul-asiática, se tornaria a primeira mulher no cargo mais importante da nação.
Com informações da AFP