Presidenciável se nega a fazer campanha pública após ameaças de morte no Equador
O esquerdista Pedro Granja, um dos 16 candidatos à Presidência do Equador, se recusou, nesta quarta-feira (6), a fazer campanha pública, após denunciar ameaças de morte contra ele e ataques a familiares e a outro candidato do partido.
"Eu me recuso a fazer deslocamentos" como parte da campanha para as eleições gerais de fevereiro de 2025, disse o político, usando colete à prova de balas, durante uma coletiva de imprensa na cidade portuária de Guayaquil.
"Não posso renunciar à candidatura (...) A candidatura é irrenunciável" por lei, acrescentou.
Granja, que se identifica como um especialista antimáfia, disse ter sofrido ameaças de morte há uma semana, tornando-se o segundo presidenciável - depois do direitista Jan Topic - a denunciar intimidações no país, assolado pela violência do narcotráfico.
O candidato do partido Socialista, com menos de 2% das intenções de voto segundo duas pesquisas privadas divulgadas em agosto, afirmou que, "contra" a sua vontade, evitará visitar bairros pobres, universidades e centros comunitários, aos quais o "convidam permanentemente".
"Fui aterrorizado, não posso mais fazer deslocamentos", disse Granja.
Por causa do narcotráfico e do crime organizado, o Equador é um dos países mais violentos do mundo, com uma taxa recorde de homicídios de 47 por 100.000 habitantes em 2023, frente aos 6/100.000 de 2018.
Cerca de uma dúzia de políticos foram assassinados no Equador desde 2023.
O centrista Fernando Villavicencio foi assassinado por pistoleiros ao sair de um comício em Quito, durante a campanha presidencial do ano passado.
Noboa, no cargo há um ano, mantém uma guerra contra cerca de 20 organizações tachadas de "terroristas" e "beligerantes", com vínculos com cartéis internacionais, na qual mobilizou militares nas ruas, após declarar o país em conflito armado interno.
Granja denunciou que à incursão violenta de indivíduos não identificados à casa de um irmão, há uma semana, somou-se, nesta quarta-feira, a entrada de "indivíduos armados" na residência onde moram seus pais, uma irmã e uma sobrinha, "para buscar também documentos" sobre fatos de corrupção.
Ele disse, ainda, que no sábado, o candidato a deputado Joselo Arguello, também do partido Socialista, foi atacado a tiros quando viajava em um veículo no qual ele "vinha circulando em dias anteriores". Uma pessoa ficou ferida na ação.
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