Líderes de direita latino-americanos reagem à vitória de Trump; esquerda mantém cautela
Os presidentes alinhados à direita na América Latina comemoraram a vitória do republicano Donald Trump nas eleições nos EUA, nesta quarta-feira (6). Lula foi o único líder de esquerda do continente a reagir rapidamente ao retorno do magnata ao poder. Já a equipe do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, apoiador de Trump, publicou um vídeo de mais de um minuto e textos religiosos e em inglês nas redes sociais.
O presidente Lula comentou na rede social X a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas na manhã desta quarta-feira (6). No texto em primeira pessoa, Lula escreve que o retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos "é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada".
"O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo", escreveu.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, líder do PL, de direita, apoiador de Donald Trump, publicou um vídeo nas redes sociais tentando mostrar proximidade e semelhanças com Donald Trump, o post ultrapassa dois milhões de visualizações. A equipe de Bolsonaro também escreveu um longo texto em português e traduzido para o inglês, no qual se refere a Trump como "um verdadeiro guerreiro".
"Contra tudo e contra todos, Donald Trump voltará à Presidência da República dos Estados Unidos da América para completar sua missão: restaurar a grandeza de sua nação, proteger os interesses de seu povo e trabalhar por um mundo mais livre e com mais paz e tranquilidade", destaca o texto do político brasileiro.
Vizinhos latinos à direita
A vitória do republicano sobre a democrata Kamala Harris foi comemorada ao mesmo tempo, na mesma rede social, pelo presidente da Argentina, Javier Milei, que felicitou o presidente eleito nos EUA.
O líder de extrema direita que já havia declarado apoio a Donald Trump durante a corrida eleitoral, republicou um texto da rede social oficial do governo da Argentina que celebra um "dia exemplar democrático".
"A Argentina reafirma seu compromisso de continuar fortalecendo nossa aliança e trabalhando pelos laços históricos de amizade que nos unem, para o benefício de ambas as nações e de nossos povos", diz o comunicado no X. Milei acrescentou ainda uma mensagem direta para Trump: "Você sabe que pode contar com Argentina".
O presidente de direita do Uruguai, Luis Lacalle Pou, escreveu em sua conta na rede social X uma mensagem parabenizando o presidente eleito dos EUA.
"Trabalharemos em conjunto com o novo governo para continuar fortalecendo a relação entre nossos países, para o benefício de nossos povos", escreveu Lacalle Pou ao líder republicano.
Seguindo a onda de reações pela rede social de Elon Musk, o presidente do Equador, Daniel Noboa, alinhado à direita publicou uma mensagem breve: "Parabéns, Donald Trump! O futuro parece brilhante para o continente".
Esquerda latino-americana parece perplexa
Mesmo antes da proclamação oficial da vitória de Donald Trump, os líderes mundiais já haviam começado a parabenizá-lo. Com exceção de Lula, até o fechamento deste texto, a maior parte dos presidentes alinhados à esquerda na América Latina não se pronunciaram oficialmente.
Gustavo Petro, líder colombiano, escreveu mais de cinco horas depois do anúncio que "o povo americano se manifestou e foi respeitado. Parabéns a Trump por sua vitória. O diálogo norte/sul ainda está em andamento e a realidade do colapso climático fará com que ele gire em torno de sua solução". Sobre os conflitos no Oriente Médio, Petro opinou ainda que os "EUA não podem aplaudir o genocídio em Gaza".
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, passadas mais cinco horas depois que o magnata foi proclamado vencedor e fez um discurso de vitória na Flórida, seguiu em silêncio. Até que finalmente declarou de forma breve: "não há motivo de preocupação" para os mexicanos. Um texto da agência Reuters desta manhã sugere que o "México deve manobrar com cuidado agora que Donald Trump garantiu seu retorno à presidência dos EUA", citando impactos sobre o comércio, a migração e a segurança do país.
O presidente Venezuela, Nicolás Maduro, também evitou reações nas suas redes oficiais na manhã de quarta-feira.