Gaza: meio milhão de crianças são vacinadas contra a pólio, mas seguem 'vulneráveis' em meio à guerra
A campanha de reforço da vacinação contra a poliomielite terminou na Faixa de Gaza, apesar dos contínuos combates entre o exército israelense e os movimentos armados palestinos, anunciaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, na quarta-feira (6).
"O recall da campanha de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza terminou ontem (terça-feira), com um total de 556.774 crianças com menos de dez anos de idade tendo recebido uma segunda dose da vacina contra a poliomielite", disse a OMS em um comunicado conjunto.
Para a agência da ONU, esse é um "resultado notável, dadas as circunstâncias extremamente difíceis", com milhares de crianças em "áreas inacessíveis" no norte da Faixa de Gaza, onde o exército israelense lançou uma grande ofensiva há um mês.
Entre 7 mil e 10 mil crianças permanecem "vulneráveis ao vírus da pólio" nessa área.
A campanha foi um "sucesso", de acordo com uma declaração emitida na quarta-feira pelo órgão israelense que supervisiona os assuntos civis nos Territórios Palestinos Ocupados (Cogat).
A vacinação foi administrada principalmente por agências das Nações Unidas, especialmente a OMS, o Unicef e a Agência de Refugiados da Palestina (Unrwa), que continua sendo o "principal fornecedor de cuidados primários de saúde na Faixa de Gaza", de acordo com Louise Wateridge, chefe de operações de emergência da Unrwa.
A campanha de vacinação em Gaza foi lançada em 1º de setembro, depois que o primeiro caso de pólio foi confirmado no território palestino.
Temor da poliomelite no enclave palestino
A pólio reapareceu no local pela primeira vez em mais de 20 anos, em um cenário de desastre humanitário.
O sistema de esgoto foi em grande parte destruído e as águas residuais ficam estagnadas ao ar livre, muitas vezes nas imediações de centros populacionais densos, o que favorece o desenvolvimento dessa doença altamente contagiosa, que pode causar paralisia.
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A OMS anunciou no sábado (2) que um centro de vacinação havia sido "atingido" no norte da Faixa de Gaza, ferindo várias pessoas, sem dar detalhes. Um membro da Defesa Civil de Gaza disse à AFP que os destroços de um míssil disparado por um drone israelense atingiram a parede do centro de saúde, localizado a oeste da Cidade de Gaza.
O exército israelense negou ter disparado contra o centro de vacinação.
Em vista das necessidades urgentes e enquanto se aguarda um "cessar-fogo", as agências da ONU enfatizaram que os intervalos humanitários "devem ser sistematicamente usados, além dos esforços de resposta emergencial à pólio".
Com AFP