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Conheça Sarah McBride, primeira pessoa transgênero eleita na Câmara de Representantes nos EUA

06/11/2024 12h13

Sarah McBride, 34 anos, foi eleita no estado de Delaware nas eleições gerais americanas de 5 de novembro. Ela venceu o candidato republicano John Whalen III, ex-policial e empresário. McBride se tornou, nesta quarta-feira (6), primeira pessoa transgênero eleita na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. 

Nas primárias de setembro, Sarah McBride derrotou três outros candidatos democratas. Durante a campanha eleitoral, ela recebeu apoio de várias personalidades da política americana, começando pelo próprio presidente Joe Biden, que é de Delaware e amigo de longa data de McBride.

Biden a parabenizou publicamente após sua vitória nas primárias de setembro. Lisa Blunt Rochester, representante em exercício de Delaware, também apoiou McBride antes das primárias no Estado. Ela liderou a disputa com uma ampla margem durante a campanha eleitoral, à frente do republicano Whalen, e chegou a ter 20 pontos percentuais a mais nas pesquisas.

Ela agradeceu logo nas primeiras horas da quarta-feira pelos votos que a levaram ao Congresso americano.

"Delaware enviou a mensagem em alto e bom som de que devemos ser um país que proteja a liberdade reprodutiva, que garanta licença remunerada e creche acessível para todas as nossas famílias, que assegure que a moradia e a assistência médica estejam disponíveis para todos e que esta seja uma democracia grande o suficiente para todos nós".

Carreira política histórica 

McBride, que nasceu em Wilmington, no estado de Delaware, demonstrou um interesse precoce pela política. Ela apoiou a campanha de Beau Biden, filho do presidente Biden, que morreu de um tumor cerebral em 2015, à sua reeleição como procurador-geral de Delaware.

Foi em 2011, aos 21 anos, que McBride se assumiu como uma mulher trans no jornal estudantil de sua universidade, e em um post que viralizou no Facebook. Desde então, ela tem atuado nas questões de gênero, discriminação e na defesa dos direitos LGBTQ+. Seu estado, Delaware, ofereceu proteção às pessoas trans.

Mc Bride já atuou como assessora de imprensa da Human Rights Campaign, um grupo de direitos LGBTQIA+. Ela também deu aulas na Universidade de Delaware e escreveu um livro de memórias de 2018, intitulado "Tomorrow Will Be Different" (Amanhã será diferente, em tradução livre, sem versão oficial em português).

Ao longo de sua campanha, a democrata reconheceu a natureza histórica de sua candidatura, mas disse que estava focada em outras questões que considera mais importantes.

Direitos LGBTQ+, um dos principais temas da campanha 

"Acho que as pessoas sabem que estou pessoalmente investido na igualdade como pessoa LGBTQ", disse McBride à CBS. "Mas minhas prioridades serão creches mais acessíveis, licença familiar e médica remunerada, moradia, assistência médica, liberdade reprodutiva".

Em 2024, foram examinados 661 projetos de lei que envolvem pessoas transgênero, em comparação com 604 no ano anterior, de acordo com dados do Trans Legislation Tracker, uma organização de pesquisa independente que rastreia projetos de lei anti-trans. 

Em sua campanha, o republicano Donald Trump, eleito presidente nesta quarta-feira, fez falsas alegações anti-trans. A sua campanha e a de outros grupos republicanos gastaram mais de US$ 21 milhões em anúncios de televisão anti-trans e anti-LGBTQ+, informou a ABC News. Desde agosto, os republicanos gastaram um total de US $ 65 milhões em tais anúncios em mais de uma dúzia de estados, de acordo com o jornal The New York Times.

(Com AFP)

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