Sakamoto: Fátima de Tubarão na cadeia prepara caminho para Bolsonaro
A condenação a 17 anos de prisão da bolsonarista Fátima de Tubarão pelos crimes cometidos durante o 8 de janeiro de 2023 prepara o caminho para o ex-presidente Jair Bolsonaro passar pelo mesmo no futuro, analisa o colunista Leonardo Sakamoto ao UOL News desta terça (5).
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão de Fátima Mendonça Jacinto de Souza, de 69 anos, na quarta-feira (30) por tentativa de golpe. Ela começa a cumprir pensa em regime fechado.
Ela havia sido presa inicialmente na terceira fase da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal. Ela foi gravada pelos próprios golpistas, não rezando com uma bíblia na mão no gramado do Congresso, mas quebrando tudo.
Ao mandar a dona Fátima para o xilindró, a Justiça acaba enviando um recado pro Bolsonaro: Fala: 'Meu amigo, ao contrário do que você repete, de que foi um bando de gente inocente e de 'senhorinhas' que foram para lá rezar, foram seus seguidores, bombardeados com seu discurso, incentivados pelas suas ordens'. Isso significa o quê? Mandar Dona Fátima para o xilindró é preparar também o caminho para que, lá na frente, Bolsonaro passe pelo mesmo.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto destaca que Dona Fátima ajuda a desmentir a ideia de que quem invadiu prédios dos três poderes eram "senhorinhas com Bíblia na mão" que não representavam perigo ou petistas infiltrados.
Antes do envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, a Dona Fátima de Tubarão já era uma personagem conhecida em Santa Catarina. Ela tem uma senhora capivara. Já havia sido condenada por tráfico de drogas, usando nesse tráfico menores de idade para vender drogas em 2014. Aí ela tentou fraudar o INSS, usando documentos falsos. Não era marinheira de primeira viagem.
E abraçava um pacote do bolsonarismo padrão, defendia voto impresso, criticava urna eletrônica.
Óbvio que eu não estou falando que toda a senhorinha do 8 de janeiro tinha a capivara de Dona Fátima. Mas nem todas as senhorinhas do 8 de janeiro estão sendo condenadas e presas. Tinham milhares de pessoas lá, no final, algumas centenas foram processadas.
Ao insistir que as depredações do 8 de janeiro foram executadas por lulistas e petistas infiltrados, Bolsonaro ofende profundamente não só a razão e a realidade, mas o seu próprio rebanho. Tem uma miríade de vídeos mostrando seguidores do ex-presidente extremamente orgulhosos do que faziam, acreditando estarem salvando o Brasil de uma ditadura com uma revolução, quando, na verdade, estavam tentando implementar uma ditadura no Brasil.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Kennedy: Conversão de Trump à extrema direita é puro oportunismo
Donald Trump se mostrou oportunista ao adotar um discurso alinhado ao da extrema direita para tentar ganhar a confiança e o voto do eleitorado conservador nos Estados Unidos, disse o colunista Kennedy Alencar mais cedo ao UOL News.
Trump e Kamala Harris chegam tecnicamente empatados ao último dia da eleição presidencial nos EUA, em uma das disputas mais acirradas de todos os tempos no país. Há o temor de que o republicano conteste o resultado do pleito em caso de vitória da candidata democrata.
A própria conversão de Trump para a extrema direita foi de puro oportunismo. Ele era eleitor democrata e contribuía para a campanha dos democratas em Nova York. Contribuiu para a campanha da Kamala na Califórnia. Trump não era essa pessoa conservadora, defensora da família. Pelo contrário; é acusado de assédio sexual. É uma figura vulgar e não tem nada de religioso, de carola. Isso tudo oportunismo para falar com um público de extrema direita e conservador. É muito parecido com o que Jair Bolsonaro faz no Brasil.
Kennedy Alencar, colunista do UOL
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Sakamoto: Jogador tem que ser burro para cavar cartão e lucrar com apostas
É burrice um jogador de futebol se deixar envolver por um esquema de apostas e achar que lucrará com isso, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (5), referindo-se ao caso do atacante Bruno Henrique, do Flamengo.
Nesta manhã, a Polícia Federal cumpre uma série de mandados de busca e apreensão, como parte de uma investigação sobre "possível manipulação no mercado de cartões". Bruno Henrique entrou na mira das autoridades por supostamente levar um cartão de forma intencional no final da partida entre Flamengo e Santos, em 1º de novembro de 2023, pelo Brasileirão - assista ao lance aqui.
Sendo bem direto: um jogador de futebol que faz esse tipo de coisa e cava um cartão vermelho aos 50 minutos [do segundo tempo] da partida para poder lucrar com jogo de azar e ganhar de uma bet tem que ser muito burro. Se o Bruno Henrique fez isso, ele é burro.
É óbvio. Todo mundo achou o lance esquisito quando aconteceu. Há uma regra básica com relação às casas de apostas que é 'a banca sempre vence'. Isso acontece não porque ninguém conseguirá ganhar dinheiro, mas roubado não se consegue vencer a banca. O pessoal vai descobrir, investigar e entregar.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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