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Fazenda diz que quadro fiscal foi 'compreendido' em reunião com Lula e ministros

São Paulo

05/11/2024 07h10

Sob pressão do mercado para apresentar um pacote de corte estrutural de gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira, 4, que as medidas poderão ser anunciadas ainda nesta semana. Segundo ele, "as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico".

"Em relação à Fazenda, temos várias definições e que estão muito adiantadas, o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) passou o final de semana, inclusive, trabalhando no assunto. (Lula) Pediu que técnicos viessem a Brasília para apresentar detalhes para ele. Eu penso que nós estamos na reta final", afirmou o ministro, ainda pela manhã, depois de um primeiro encontro com Lula para tratar de assuntos do G20.

Depois disso, à tarde, Haddad voltou a se reunir com o presidente, desta vez para a discussão das medidas de corte de despesas. Além do titular da Fazenda, também estavam presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Simone Tebet (Planejamento). Ainda foram chamados ao Palácio do Planalto Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho) - cujas pastas são hoje o principal alvo das medidas de cortes.

A reunião, que durou cerca de 3 horas e 30 minutos, terminou sem anúncios. Em nota, o Ministério da Fazenda disse que ela serviu para que o quadro fiscal do País fosse "apresentado e compreendido" - assim como para conhecer "as propostas em discussão". A pasta informou ainda que hoje "outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações".

Mercado

A expectativa de algum tipo de anúncio nos próximos dias, como prometido por Haddad, teve efeito no mercado. Depois da forte alta registrada nos últimos dias - com a cotação chegando a R$ 5,86 -, o dólar fechou em baixa de 1,47%, negociado a R$ 5,78.

Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores, avançou 1,87%, aos 130,5 mil pontos. Além da questão fiscal, o mercado também acompanha os desdobramentos das eleições presidenciais nos EUA.

Para o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho, se o governo não promover "um corte robusto" de gastos públicos, entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões, além de adotar cláusulas de ajuste nas despesas obrigatórias, o dólar à vista poderá retomar a trajetória de forte alta.

"Será preciso avaliar as medidas fiscais para saber se a recuperação do real não será apenas pontual", disse ele. "As atenções do mercado se voltam para o valor exato dos cortes que serão anunciados pelo governo", concorda Inácio Alves, analista da Melver.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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