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Escritor franco-venezuelano Miguel Bonnefoy recebe prêmio Femina em Paris

05/11/2024 12h34

O escritor franco-venezuelano Miguel Bonnefoy conquistou, nesta terça-feira (5), o prêmio Femina de romance com "Le rêve du jaguar", que já havia sido agraciado com o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa em outubro.

"É um prêmio que esperei por dez anos", declarou o vencedor no Museu Carnavalet de Paris, onde o anúncio foi feito.

O prêmio Femina é concedido por um júri exclusivamente feminino. Nasceu em 1904 em oposição à mais importante premiação da língua francesa, o Goncourt, que na época privilegiava os escritores masculinos.

Publicado pela editora Rivages, "Le rêve du jaguar " narra uma saga familiar entre a América do Sul e a França, seguindo a linha de outras obras deste autor de 37 anos.

Filho de uma diplomata venezuelana e de um escritor chileno, Miguel Bonnefoy é uma voz jovem na literatura francesa, com oito livros publicados desde 2012, vários deles premiados, além de um livro em italiano (2009).

"Le rêve du jaguar" levou o Femina com cinco votos, contra quatro de Emma Becker com "Le Mal joli".

Bonnefoy já havia sido finalista do Femina em 2017 por seu romance "Sucre noir" e em 2013 recebeu o prêmio de melhor escritor novato em francês por "Icare et autres nouvelles".

"Heritage" recebeu em 2021 o prêmio dos escritores franceses, sendo um de seus sucessos editoriais.

Sua obra bebe do realismo mágico e também de sua herança familiar, com romances ambientados na Venezuela, Caribe ou Chile.

- Prêmio para Alia Trabucco -

Outra escritora sul-americana foi premiada com o Femina de romance estrangeiro: a chilena de origem palestina Alia Trabucco Zerán, por "Limpa".

Filha do cineasta Sergio Trabucco, esta escritora narra a história de uma mulher que trabalha como empregada doméstica de um abastado casal de Santiago.   

"É uma honra que 'Limpa' seja o primeiro romance latino-americano a obter o prêmio Femina estrangeiro", declarou a autora no evento realizado no Museu Carnavalet.

"Trata-se de um livro que se questiona, entre outras coisas, quem tem direito a uma voz e quais vozes são silenciadas", acrescentou em espanhol.

Alia Trabucco é formada em Direito e atuou como advogada especializada em direitos humanos ao mesmo tempo em que iniciou sua carreira literária.

Também foi concedido um prêmio especial ao irlandês Colm Toibin por "Long Island".

hh/jz/mb/jb/aa

© Agence France-Presse

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