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OPINIÃO

Fim do Zé Gotinha: pediatra defende novo personagem para combater fake news

do UOL

Colaboração para o UOL

04/11/2024 14h12

Com a possível despedida do Zé Gotinha, será preciso formular outro personagem para combater a desinformação contra imunizantes, defendeu a médica pediatra Ana Escobar ao UOL News desta segunda (4).

A partir de hoje, o Brasil vai aposentar a vacina oral contra poliomielite e substituí-la pela injetável, VIP, considerada mais eficaz e segura.

Nesse cenário, o Zé Gotinha acaba. Eu acho que ele poderia continuar como um personagem, para ser um personagem a favor da vacina. Porque foi um personagem muito querido de todo mundo. Com as campanhas do Zé Gotinha, a gente conseguiu erradicar a poliomielite das Américas. Não há nenhum caso de poliomielite na América desde 1992.

A gente tem que criar outros personagens, exatamente para reforçar a importância da vacinação, acabar com essas fake news, dentro do possível, e os personagens ajudam muito isso.
Ana Escobar, médica pediatra

Na visão da pediatra, os defensores de anti-vacina vão continuar a existir, por isso, construir argumentos sólidos é outra estratégia para desmontar possíveis fake news.

Não estamos imunizados no mundo hoje contra fake news. A gente recebe uma quantidade de informações gigantescas. O que é verdade dessa informação? E aí, cabe a quem definir o que é verdade ou não? Aos especialistas de cada área. Então, o engenheiro vai dizer o que é verdade em relação à engenheira, o advogado em relação ao que é o direito. E um médico pode dizer: 'isso é fato, isso não é fato', porque está embasado em todas as verdades que geraram conhecimento.

Obviamente, essas campanhas anti-vacina vão continuar. A gente tem que ter argumentos sólidos contra esses anti-vacinas. Então, por exemplo, um bebê, assim que nasce e passa pelo canal vaginal de sua mãe, em questão de minutos, ele é colonizado por trilhões de bactérias, que vão fazer parte de seu microbioma. Então, nós humanos já estamos em contato com milhões de bactérias.

Então, a gente é capaz, sim, de tolerar todos esses antígenos que a gente recebe, ainda mais quando tem vários estudos científicos comprovando.
Ana Escobar, médica pediatra

Economista sobre corte de gastos: 'Haddad precisa anunciar algo estrutural'

O governo precisa cortar gastos de forma estrutural para conter a alta do dólar e o aumento da dívida pública, avaliou o economista Teco Medina ao UOL News mais cedo.

Na sexta (1), o dólar disparou e fechou em R$5,86, maior valor desde maio de 2020. Isso trouxe preocupação com a dívida pública. Por conta disso, o ministro da Economia, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa para se dedicar às medidas do pacote de gastos. Mas, para Medina, o cancelamento da viagem só será benéfico se o governo anunciar algo esta semana.

Só faz sentido ele ficar para anunciar algo logo. Ficar aqui para a semana inteira passar e nada acontecer, acho que terá sido até pior. Porque com ele fora ninguém tinha a expectativa de que nada fosse anunciado. Então, com ele aqui se espera que tenha um anúncio hoje ou amanhã.

Para mim, a questão não é o tamanho do gasto, é de onde vem. O governo precisa anunciar algo estrutural, porque o problema é estrutural. Então, não adianta você falar: 'olha, este ano, a gente vai congelar ou cortar tal coisa, mas ano que vem volta'. Precisa se adequar a isso.

E o governo acabou aumentando o gasto para todo lado. Não só isso. O último ano do governo Bolsonaro já tinha sido assim.
Teco Medina, economista

Josias: Ministro do STF diz que eventual vitória de Trump não afeta caso Bolsonaro

Os inquéritos contra Jair Bolsonaro não sofrerão qualquer influência caso Donald Trump vença as eleições nos Estados Unidos, revelou um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ao colunista Josias de Souza, que trouxe a informação no UOL News.

Bolsonaro declarou apoio a Trump e o elogiou, chamando-o de "maior líder conservador da atualidade". Já assessores de Lula manifestam preocupação caso o republicano vença Kamala Harris, já que significaria uma maior turbulência na América Latina e fortalecimento de grupos de extrema direita pelo continente.

Troquei uma mensagem de WhatsApp com um ministro do Supremo agora cedo, perguntando se uma vitória do Trump poderia influir no andamento desses inquéritos que correm contra o Bolsonaro. Ele respondeu uma frase muito seca: 'chance zero de influir'.

Do ponto de vista judicial, é muito improvável que a eventual vitória de Trump nos EUA contribua para reabilitar Bolsonaro. Se isso não acontece no Judiciário, a outra alternativa é o Legislativo. Hoje, no Congresso Nacional, a proposta de anistia do Bolsonaro é minoritária. Ele não tem maioria para aprovar a anistia, nem daqueles encrencados lá no 8 de janeiro.
Josias de Souza

Tales: Trump traz pavor de 'fantasma' de retorno de Bolsonaro

Uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos traz um alerta ao Brasil para uma possível volta de Jair Bolsonaro ao poder, afirmou o colunista Tales Faria.

Com o fortalecimento da ultradireita e dos ultraconservadores no mundo, uma preocupação é se isso fortalecerá Bolsonaro por aqui. As instituições brasileiras estão muito assustadas com o que Bolsonaro produziu, com uma guerra contra o STF [Supremo Tribunal Federal], a democracia e o Congresso.

Essa guerra contra as instituições fará com que elas se protejam no caso de uma eleição do Trump, não voltando atrás nas punições ao Bolsonaro. Ele não deve ser beneficiado em termos de adiamento, anistia e revisão das penas às quais lhe devem ser impostas. As instituições estão com pavor do retorno de Bolsonaro. Trump traz esse 'fantasma', que fará as instituições democráticas reagirem. Tales Faria

Assista ao comentário na íntegra:

Jamil: Grande pergunta da eleição nos EUA é como Trump reagirá se perder

O principal temor da eleição presidencial dos EUA reside em como será a reação do republicano Donald Trump no caso de uma eventual derrota para a democrata Kamala Harris, afirmou o colunista Jamil Chade.

É provavelmente a eleição mais acirrada das últimas décadas nos EUA e será definida pelas margens, ou seja, por pouquíssimos votos desses estados-pêndulo, que são chave. Hoje, há um empate técnico.

A grande pergunta é: em uma eleição tão disputada, com uma enxurrada de desinformação e mentiras, como Trump e o Partido Republicano reagirão se forem derrotados? Tudo indica, e pelo menos essa era a orientação do partido até agora, que haverá questionamento e uma tentativa de dizer que a eleição foi fraudulenta.

Na verdade, os republicanos já começaram a dizer isso antes mesmo de a eleição terminar. Obviamente, haverá muita atenção. Amanhã, Washington estará absolutamente abarrotada por agentes de segurança e policiais. Há uma grande preocupação com relação à eventual violência que pode acontecer depois do anúncio do resultado.
Jamil Chade

Assista ao comentário na íntegra:

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