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OPINIÃO

Tales: Lira terá que dizer para qual demônio está jogando

do UOL

Colaboração para o UOL

01/11/2024 10h52

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, precisa esclarecer de qual lado está em relação ao projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (1º).

Lira afirmou que o projeto de lei que anistia os condenados pelo 8/1 "não pode ser elemento de disputa política" e anunciou a criação de uma comissão especial. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara disse que o assunto "terá solução" ainda no mandato dele, que termina em fevereiro de 2025.

Na Idade Média, havia um personagem chamado Mefistófeles, um aliado do demônio encarregado de atrair as almas inocentes pela arma da sedução. Lira tem alguma coisa muito parecida com Mefistófeles: ele atrai almas, mas que não são tão inocentes assim.

Nesse caso, atraiu o PL e o PT para apoiar a candidatura de Hugo Motta, o nome que escolheu para ser seu sucessor. Aparentemente, prometeu aos dois lados uma solução para o problema do projeto de anistia do Bolsonaro. O PL exigia a votação; o PT, a não votação. Aí ele diz, e repete isso, que haverá uma solução no mandato dele. Tales Faria, colunista do UOL

Tales ressaltou que Lira faz jogo duplo tanto com membros da esquerda como da direita e tenta ganhar tempo, mas terá que ceder em algum momento.

Ontem, Rubens Pereira Júnior [PT-MA], vice do governo na Câmara, disse que o Lira prometeu para eles que haveria uma solução nesse mandato. O deputado titubeou, enrolou, mas cedeu e disse que Lira prometeu derrubar o projeto.

Só que Bolsonaro deu entrevista dizendo que também esteve com Lira, que [o projeto da anistia] será votado e ele voltará em 2026.

Lira está mentindo para um dos lados ou para todo mundo com essa história. "Vou dar uma solução" é uma frase vazia. Não quer dizer nada. Qual é a solução? Vai derrubar ou não? É essa a questão. Ele tem que dizer, afinal, para que demônio está jogando. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Zumbi político, Bolsonaro tenta se manter vivo para 2026

Com seu futuro político em xeque e influência questionada dentro da direita, Jair Bolsonaro procura se manter relevante no cenário eleitoral para a disputa presidencial em 2026, afirmou o colunista Josias de Souza.

A estratégia se assemelha à do Lula, inclusive naquilo que resultou na indicação de Fernando Haddad para representar o PT na disputa presidencial de 2018. Bolsonaro tenta obter uma reabilitação para participar das eleições de 2026, o que é muito improvável. Não conseguindo, tenta se manter vivo politicamente para influir na escolha do candidato conservador que disputará com Lula.

Ele imagina que terá influência na escolha do candidato e também na campanha dele. Esse é o jogo dele. Bolsonaro tenta se manter vivo. Hoje, está como um zumbi político, rondando a conjuntura política. Saiu enfraquecido das eleições municipais e perdeu na maior parte das cidades nas quais tentou impor o projeto de uma candidatura radical. O jogo dele é mimetizar a estratégia do Lula. Josias de Souza, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

Múcio defende anistia a casos leves do 8/1, mas exclui Bolsonaro

José Múcio mostrou-se favorável à anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 que cometeram infrações consideradas leves. Em entrevista ao UOL News, o ministro da Defesa defendeu, porém, punições aos mentores do caso, como membros da alta cúpula das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Deve-se graduar as penas. Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. Devemos graduar, mas não politizar isso. Deve ser uma ação da Justiça. Sou a favor da anistia dos casos leves. José Múcio, ministro da Defesa

Questionado pelo colunista do UOL Tales Faria se essa anistia incluiria Bolsonaro, Múcio respondeu de forma sucinta: "Não".

Quem do Exército cometeu indisciplina e arbitrariedades? Quero que a suspeição saia do CNPJ das armas e vá para o CPF. Quero que cada um se responsabilize por sua iniciativa. Devemos às Forças Armadas não ter havido algo muito complicado no dia 8 de janeiro. Graças a elas não tivemos um golpe. José Múcio, ministro da Defesa

Assista ao comentário na íntegra:

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