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EUA dizem que 8.000 soldados norte-coreanos estão em Kursk, na Rússia

31/10/2024 15h03

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos receberam informações indicando que "neste momento" há 8.000 soldados norte-coreanos na região russa de Kursk, disse o vice-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Robert Wood, ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira.

"Tenho uma pergunta muito respeitosa para meu colega russo: A Rússia ainda afirma que não há tropas da RPDC na Rússia?", disse Wood, referindo-se ao nome formal da Coreia do Norte: República Popular Democrática da Coreia.

O representante russo no Conselho de Segurança de 15 membros, na hora, não respondeu Wood. Moscou não negou nem confirmou diretamente a presença de tropas norte-coreanas. Após uma negação inicial, a Coreia do Norte defende desde então a ideia de que enviar tropas está em conformidade com o direito internacional.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Em agosto deste ano, as forças ucranianas lutaram para entrar na área de fronteira russa de Kursk, onde continuam a manter o território.

Os EUA, o Reino Unido, a Coreia do Sul, a Ucrânia e outros acusam a Rússia de violar resoluções da ONU e a Carta da ONU com o envio de tropas da Coreia do Norte, há tempos sob as sanções da ONU com o objetivo de interromper o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos de Pyongyang.

Na quarta-feira, a Ucrânia nomeou três generais norte-coreanos que, segundo ela, estariam acompanhando as tropas do país asiático na Rússia.

Os EUA e a China também entraram em conflito no Conselho de Segurança nesta quinta-feira por causa das acusações de Washington de que Pequim estaria fornecendo apoio em grande escala para a base industrial de defesa da Rússia.

"A China não pode afirmar com credibilidade que é uma voz pela paz quando permite que a Rússia trave a maior guerra na Europa em décadas. O apoio da China à Rússia é decisivo. O apoio da China está prolongando a guerra", disse Wood.

O vice-embaixador da China na ONU, Geng Shuang, disse que a China não forneceu armas a nenhuma das partes do conflito na Ucrânia e gerenciou estritamente itens de uso duplo -- produtos que podem ser usados para fins militares e civis -- de acordo com as regras globais. Ele acusou Washington de "vender ansiedade, fabricar inimigos e estimular o confronto".

"Nós nos opomos à prática dos EUA de difamar a China na questão da Ucrânia e de conduzir jurisdição de braço longo e sancionar empresas e entidades chinesas nessa questão", disse ele.

Os Estados Unidos impuseram sanções na quarta-feira a cerca de 400 entidades e indivíduos de mais de uma dúzia de países diferentes, incluindo a China, para combater a evasão de suas medidas impostas por conta da invasão da Ucrânia por Moscou.

Composto por 15 membros, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se nesta quinta-feira a pedido da Rússia para debater o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia.

(Reportagem de Michelle Nichols)

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